O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Rio, e o primeiro-ministro, José Sócrates, transformaram as maiorias absolutas obtidas num “absolutismo”, o que revela “falta de respeito”, “teimosa” e “sobranceria” perante as diversas forças políticas.

As “semelhanças”, no entanto, não ficam por aqui, ataca o vereador da CDU, Rui Sá, em declarações ao JPN, esta quinta-feira, na sequência da apresentação da sua candidatura à presidência da autarquia. Ambos têm vindo a utilizar “propaganda” com o “objectivo de esconderem a realidade”.

O candidato autárquico alerta, ainda, para o perigo de Rui Rio, à semelhança do ex-autarca Fernando Gomes, poder abandonar a presidência da CMP a meio do mandato, em prol das suas “ambições nacionais” de ocupar a liderança do PSD.

Depois de Rui Rio ter afirmado que está com “os dois pés bem assentes no Porto”, o candidato da CDU considera que o social-democrata “tem a cabeça noutros lados, em particular na satisfação das suas ambições pessoais, que passam por ser líder do PSD” para, dessa forma, “poder candidatar-se para ser primeiro-ministro do país”.

Na opinião do vereador da CDU, o actual autarca tem vindo a “prejudicar a cidade do Porto”, pois utiliza-a como um “palco” para construir “uma imagem” para satisfazer a sua “ambição pessoal” de liderar o PSD.

Também Fernando Gomes, antecessor de Nuno Cardoso na presidência da Câmara do Porto, já questionou o trabalho do actual presidente da autarquia. Fernando Gomes considera que os portuenses poderiam viver em melhores condições e põe em causa a veracidade da obra feita na cidade. Considerações sublinhadas por Rui Sá, que acredita que o “Porto parou”, desde “a maioria absoluta” da coligação PSD/CDS-PP.

Críticas de direita à esquerda

Mas as acusações não vão só para o social-democrata. Também Elisa Ferreira é alvo das acusações de Rui Sá, que considera que a candidata “acordou tarde para os interesses da cidade do Porto e [que] não respeita os interesses dos eleitores”.

O vereador vai mais longe ao afirmar que, caso Elisa Ferreira consiga um lugar no Parlamento Europeu, “o seu amor pela cidade vai por água a baixo”.

As prioridades de campanha da CDU passam por tentar responder a questões como o facto de o Porto perder 12 habitantes por dia ou o facto de 10% dos habitantes da cidade receberem o rendimento social de inserção. Os comunistas reflectem, ainda, sobre o que deve ser feito para revitalizar uma cidade constituída por 20% de idosos.

A escolha do historiador Manuel Loff como mandatário da candidatura da CDU vem no sentido de encetar uma “mudança geracional” na frente da cidade, através de uma figura que “alia a reflexão com uma acção interveniente”, destaca o candidato da CDU à autarquia.