Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra, em conjunto com cientistas suíços, desenvolveu uma tecnologia que permite dar ordens a um robot que se encontre a mais de 1500 quilómetros de distância. Esta tecnologia funciona através da captação de ondas cerebrais.

Jorge Dias, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), responsável pelo projecto, explica que a experiência começou pelo envio de imagens de Coimbra, onde se encontrava o robot, para a Suíça, sítio onde uma outra pessoa recebeu a informação de um capacete ligado ao cérebro e ao computador.

“Esse computador mostra as imagens enviadas pelo robot e duas luzes, uma posicionada na esquerda e outra na direita. O robot capta imagens de um percurso e conforme a pessoa que está com o capacete deseje que o robot vire à esquerda ou à direita basta fixar a luz da respectiva direcção que o robot segue esse percurso”, explica Jorge Dias.

Segundo o investigador, a tecnologia poderá beneficiar, sobretudo, “pessoas que não têm capacidade motora e precisam de outra forma de interface com dispositivos tecnológicos, como uma máquina ou um robot”. Jorge Dias acrescenta ainda que “a onda não é um método invasivo”, mas antes “um capacete que é colocado na cabeça, tal como num electroencefalograma normal”.

Por enquanto a Universidade de Coimbra ainda não foi contactada por nenhuma empresa interessada no protótipo, mas Jorge Dias acredita que este tipo de “tecnologia de ponta” tem tendência a expandir-se. O investigador acredita que um dia existirá a possibilidade de “através dessas ondas cerebrais comandar o nosso robot em casa, ou então a porta ou o televisor, sem usar o telecomando, olhando apenas para a frequência dessa luz”.