Criado por alunos de Engenharia Informática na Faculdade de Ciências de Universidade de Lisboa à imagem do homólogo sueco – o Piratpartiet – o Partido Pirata Português (PPP) nasceu há poucas semanas, fruto de “um projecto e ideias já antigas”, diz um dos fundadores contactado pelo JPN por e-mail.

Oficialmente ainda não são um partido político constituído legalmente, mas uma “comunidade de apoiantes e simpatizantes” em construção com o objectivo de discutir o programa do Partido Pirata Internacional. Entre as prioridades estão “mudar a legislação das leis autorais, preservar a privacidade de dados e defender a abolição gradual do sistema de patentes”. Para já, diz o “pirata” português ao JPN, a oficialização do partido “não é uma prioridade”.

O caso sueco

O Partido Pirata Sueco (“Piratpartiet”, na língua original) é um caso sério de sucesso político naquele país escandinavo. Fundado em 2006, o partido é uma força política no verdadeiro sentido da palavra, sendo virtualmente certa a eleição de pelo menos um deputado nas eleições para o Parlamento Europeu de 7 de Junho. A lista do Piratpartiet, encabeçada por Christian Engstrom, tem uma forte falange de apoio de cidadãos jovens e defende uma mudança de legislação que permita favorecer “a diversidade e a ausência de reservas” na internet. O exemplo sueco espalha-se agora por vários países europeus, Portugal incluído. O PPP considera o irmão sueco como um “exemplo” cujos passos pretendem seguir “de forma adaptada à nossa realidade”.

Recentemente, o PPP lançou um manifesto, adaptando e resumindo “documentos provenientes dos diversos partidos piratas” internacionais. O grupo dá assim o primeiro passo num percurso em que, a longo prazo, pretende obter “cada vez mais apoiantes” para obter uma “expressão cada vez maior”.

Esse crescimento passa também por conquistar “uma voz” presente “em locais como a Assembleia da República” e, “a muito longo prazo”, uma “participação activa” no Parlamento Europeu, como está prestes a acontecer com o homólogo sueco.

Segundo o responsável do PPP, o não-partido “não defende a partilha ilegal de conteúdos protegidos por direitos de autor”, mas sim a “mudança das leis actuais” relacionadas com essa matéria. Tudo “para que se encontre um modelo alternativo mais justo para cidadãos e autores”. Igualmente importante para o PPP é “respeitar e promover um sistema democrático e um Estado de Direito”.