Depois de aprovado, a 4 de Maio, parte do dossier dos pressupostos financeiros apresentados pela Direcção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), foram hoje ratificados, em Assembleia-Geral de clubes, os artigos relativos à subtracção de pontos a meio da época para clubes com dois meses de salários em atraso.Foram ainda apresentados os mapas de controlo de execução orçamental por parte dos emblemas da Liga Portuguesa e Liga de Honra.

Estes pressupostos apenas entram em vigor na época 2010/2011, com a próxima época a assumir o carácter de um ano de carência em matéria de subtracção de pontos aos clubes incumpridores. Os clubes com dívidas a Fisco e Segurança Social terão, contudo, que apresentar, já esta época, um Procedimento Extrajudicial de Conciliação (PEC) devidamente certificado e acordado com o IAPMEI, que comprove a inexistência de quaisquer dívidas salariais para com jogadores.

Rogério de Brito, representante do Sporting e porta-voz dos clubes no final da reunião magna na sede da Liga de Clubes, no Porto, deixou a ideia de que as resoluções saída da AG desta tarde “não são perfeitas, não resolvem os problemas e não deixam ninguém satisfeito”, embora tenha sido dado “um passo importante”.

Nova polémica: Gondomar impugna Liga de Honra 2008/2009

O protesto apresentado à Comissão Disciplinar (CD) da Liga de Clubes pelos gondomarenses diz respeito à expulsão do treinador Pedro Miguel, da Oliveirense, no jogo com a União de Leiria, da 28ª Jornada, quando havia sido expulso na jornada anterior. Alega Álvaro Cerqueira, presidente do Gondomar, que “o treinador (Pedro Miguel) não podia estar no banco no jogo com o Gondomar (empate 1-1, na 30ª Jornada e que ditou a descida dos gondomarenses). Como esteve, deveria ter perdido os três pontos desse jogo, como diz nos regulamentos”, aponta. Desta forma, o líder da turma canarinha espera uma decisão célere da CD quanto a mais este caso e não descarta um “recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol” em caso de decisão desfavorável do órgão jurídico da Liga.

Quanto ao acordo entre os clubes para um ano de interregno das medidas – proposto pelo Gil Vicente – o dirigente leonino explicou a decisão com o “actual contexto de crise financeira, que atinge também os clubes”, pelo que seria “excessivamente penalizador para os clubes a retirada de pontos por incumprimento salarial nas condições actuais”.

“Estrela quer pagar as dívidas”, reforça António Oliveira

Presente na AG da Liga de Clubes desta tarde esteve também o presidente do Estrela da Amadora, um dos casos mais graves de incumprimento salarial e à beira de fechar as portas.

As medidas aprovadas não espantam António Oliveira – “teriam que ser aprovadas”, admitu – que não deixou de se congratular com o ano de carência. “O adiamento da entrada em vigor dessas medidas é positivo porque permite aos clubes um período de adaptação e é natural face à actual conjectura económica”, referiu o dirigente.

Quanto à delicada situação do clube, o líder «tricolor» voltou a realçar a ideia de que “o Estrela quer pagar as dívidas porque quer cumprir com as suas obrigações”, não deixando de reconhecer que “é difícil saldar essas dívidas com penhoras constantes”.