O escritor José Saramago, autor de obras como “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” e “Memorial do Convento”, marcou presença, esta terça-feira, na Feira do Livro do Porto. A missão principal era “estar com as pessoas”, isto é, autografar os livros dos admiradores que faziam fila para ver o Prémio Nobel da Literatura, mas também houve ocasião para falar com a comunicação social.

Comentando o lançamento de “O Caderno”, a mais recente obra do escritor que reúne textos escritos que Saramago escreveu no seu blogue entre Setembro de 2008 e Março deste ano, o autor confessou a sua surpresa com o poder de divulgação da Internet.

“Nunca imaginei que um blogue, se é conhecido, claro está, chegasse a mais pessoas que um artigo num jornal”, disse.

O escritor afastou a ideia de que foi à Feira do Livro do Porto por mera “exposição pública”. Declarações que deram origem a um lamento: “Há pessoas até que procuram situações para estarem expostas – veja-se por exemplo o que se passa na televisão.”

Quanto à Feira do Livro do Porto, Saramago considerou que a mudança, introduzida este ano, para a Avenida dos Aliados é “a melhor opção”, apesar de não haver “garantias de estar bom tempo”.

Muitos foram os admiradores do escritor reunidos nos Aliados. André Corigi, um fã brasileiro da obra de Saramago, destaca “Ensaio Sobre A Lucidez” como a obra que mais o marcou.

Já Luís Borges é um recém-estreado na obra do autor: “Estou agora a acabar o ‘Memorial do Convento'”, explica, ressalvando que, na sua opinião, o principal fascínio de Saramago é, para além das “boas ideias”, a “mensagem forte” que existe “por detrás das ideias”.