Com 41 anos, o líder parlamentar do PSD posiciona-se, agora, na linha da frente do partido para as eleições europeias de 7 de Junho. O cabeça de lista dos sociais-democratas entrou na política em 2001 como responsável pelo programa de candidatura de Rui Rio à presidência da Câmara Municipal do Porto. Foi secretário de Estado Adjunto do ministro da Justiça, Aguiar Branco, durante o Governo de Santana Lopes. Chegou a suspender o mandato como deputado na Assembleia da República, mas regressou depois da vitória de Manuela Ferreira Leite como líder parlamentar.

De que forma é que Portugal pode reforçar o seu papel junto das esferas da União Europeia?

Eu acho que Portugal pode essencialmente dinamizar as políticas europeias orientadas para a América Latina e para a África, na qual tem uma posição bastante singular e onde pode ter um papel muito mais relevante do que aquele que corresponde ao seu peso efectivo.

Quais são os objectivos a alcançar em caso de vitória nas eleições europeias de 7 de Junho?

O meu objectivo é representar Portugal, bem representado. Isto no plano substantivo; no plano puramente político é, naturalmente, ganhar as eleições.

O que o diferencia a sua candidatura da dos restantes candidatos?

Eu penso que o que me distingue é, por uma lado, a convicção europeia profunda. Por outro, é a capacidade de compreender que as grandes questões nacionais são hoje questões com dimensão europeia. Portanto, se nós não falarmos e não tratarmos as questões nacionais não estamos a responder aos desafios europeus.

“Tratado de Bolonha tem sido uma oportunidade desaproveitada”

Um ano depois da implementação do Tratado de Bolonha, que balanço faz desta nova etapa do Ensino Superior em Portugal?

Sinceramente, eu acho que o Tratado de Bolonha tem sido uma oportunidade desaproveitada. Acho que foi mais uma cosmética do que propriamente uma verdadeira revolução no ensino superior. Em todo o caso acho que o potencial que tem não está esgotado e portanto podemos vir a aproveitá-lo.

O PSD sempre se afirmou como um partido profundamente pró-Europa. No seu livro, o “O estado do Estado”, chega, até, a propor a criação de um “Sexto Império”, que una a memória do passado nacional, do “Quinto Império”, ao panorama europeu Quais são então os principais pontos de convergência entre o PDS e a UE?

O grande ponto de convergência é o regresso de Portugal à Europa. Portugal esteve, durante muito tempo, centrado no Atlântico e, nesse sentido, não era um projecto virado para a Europa. A convergência de Portugal com a Europa dá-se com o seu regresso à Europa. E, agora, com a possibilidade que Portugal tem de aproveitar o capital que tem junto da África, junto da Ásia, nomeadamente da Índia e da China, junto da América Latina, em particular do Brasil, para ser uma espécie de eixo de ligação entre a Europa e o resto do mundo.

“Ser europeu é antes de mais ser português”

O que é ser europeu?

Parra mim ser europeu é antes de mais ser português. É no fundo uma primeira pele dessa segunda pele que é ser europeu.