O Movimento dos Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (MUT-AMP) esteve na estação da Trindade do Metro do Porto, na tarde de quarta-feira, para, mais uma vez, contestar a decisão “autoritária” do Tribunal do Bolhão que acusou três activistas de “manifestação ilegal.

Tal como o JPN tinha noticiado, o desentendimento remonta a Janeiro de 2007, quando cerca de 150 pessoas se deslocaram ao Governo Civil para entregar uma carta com as reivindicações dos utentes sobre a “nova rede” dos STCP. Uma acção que foi também condenada pelo Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos.

“A razão desta acção pública é o protesto porque três companheiros activistas do MUT foram alvo de um processo perfeitamente injusto”, defende um dos elementos do movimento. “E contrariando o que se passou recentemente em Braga, onde três trabalhadores foram também alvo de um processo por desobediência onde acabou por prevalecer o direito constitucional à manifestação, os nossos três colegas são condenados ao pagamento de multas que vão até aos 650 euros”, acrescenta.

“É caso para perguntar se o Porto está em estado de excepção”, remata o elemento do MUT, em alusão à questão presente no comunicado distribuído à população durante a acção pública. “Pela justiça”, “Pela liberdade de expressão”, “Por transportes de qualidade” e “Contra a mentira” foram as palavras de ordem que figuraram no expositor montado pelo MUT.

“Os utentes não são questionados sobre as transformações”, afirma o membro do MUT descrevendo a actual situação dos transportes. “Não é por acaso que, na semana passada, moradores de Vila d’Este tiveram de fazer um protesto para exigir a ligação à Boavista”, aponta.

Norberto Alves, um dos três activistas condenados, não faltou à acção pública e garantiu que o MUT vai continuar a fazer “acções sobre a liberdade de expressão.” “Está a aparecer uma série de movimentos sociais de base e nós podemos até cruzar-nos com o movimento dos desempregados. Um dos aspectos será, por exemplo, exigir passes especiais para as pessoas que estão a procurar trabalho”, defende um dos membros do Movimento dos Utentes dos Transportes.