Professor da Universidade de Austin, no Texas, Rosental Alves esteve presente na conferência que marcou o final do 1.º Ano lectivo do Mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade do Porto.

Nas instalações do curso, onde deu um workshop de ciberjornalismo durante a semana, integrado no 2009 Summer Institute do Programa UT Austin – Portugal, o jornalista voltou a chamar a atenção dos presentes para a “Revolução Digital”, uma “revolução sem precedentes”, em que a Internet é apenas “a ponte do iceberg”.

Na conferência denominada “A Inserção do Jornalismo no ecossistema de média que emerge da Revolução Digital”, Rosental Alves aposta na transformação dos jornais em empresas capazes de distribuir o seu conteúdo em múltiplas plataformas como forma de evitar o “mediacídio” e garantir a sobrevivência das empresas jornalísticas.

O investigador brasileiro insistiu na definição de ecossistema, “palavra muito usada, até no Congresso Americano, no dia histórico em que os jornais vão ao Senado como espécie em extinção”.

Rosental Alves aponta, ainda, que a periodicidade dos jornais “tende a ficar obsoleta”, devido à “rapidez da difusão digital de informações”, que é “instantânea, indexável e sempre disponível”. Segundo o Director do Knight Center for Journalism in the Americas, “pela primeira vez na história da comunicação social, o dispositivo receptor é, também, emissor”.

Nesta “Revolução Digital”, os media perdem, segundo o professor “o controlo sobre a informação”, contrariamente aos “indivíduos em rede”, que “ganham poder”. “Para além dos meios de massa que tínhamos, agora temos, também, uma massa de meios. Uns não matam os outros, mas desenvolvem uma complexa relação simbiótica.”

A chave para “salvar” o jornalismo pode passar pela consciência, por parte dos jornais, de que, “na sociedade em rede, as pessoas ainda querem ler, ver, escutar os meios de comunicação”, mas também “querem ser lidas, vistas, escutadas”, “ler, ver, escutar gente como elas” e “saber o que outras pessoas estão lendo, vendo, escutando”.