Entre Guano Apes e Scorpions, o segundo dia do Festival Marés Vivas prometia dividir as atenções. Mas cedo se percebeu que seriam os veteranos a praticamente esgotar o recinto com capacidade para 25 mil pessoas.

Com uma entrada apoteótica, os veteranos Scorpions deram o concerto mais esperado do festival. Com a experiência que só bandas lendárias sabem ter, o grupo liderado por Klaus Meine desfilou pelos seus maiores êxitos, sempre acompanhado, a uma só vez, pelo público. “Send me an Angel” gerou o primeiro coro, seguida de “Holiday”.

A banda alemã terminaria de forma não menos estrondosa, com um encore recheado de hits intemporais “Still Loving You”, “Wind of Change” e “Rock You Like a Hurricane”. Uma actuação, onde não faltaram as poses, a troca constante de guitarras e a oferta de dezenas de baquetas ao público que, entusiasticamente, gritou por Scorpions toda a noite.

Cláudia Conceição e Catarina Machado, ambas estudantes universitárias, foram até ao Cabedelo na noite de sexta feira com um único objectivo: ver os Scorpions. “São lendas do Rock e merecem ser vistos”, diz Cláudia.

Quanto ao festival, ambas elogiam a actuação dos Kaiser Chiefs e apontam para a falta de divulgação das bandas no Palco Novos Portugueses, que acabam “por receber pouca atenção”, não deixando, no entanto, de sublinhar que “os concertos começam a horas” e o festival “tem boas condições”, apesar do “mau piso” na zona de concertos e de “não haver muito que fazer” antes das actuações.

Os alemães que se seguiram

Os Guano Apes não pareciam muito incomodados por terem os compatriotas Scorpions como banda de abertura. Entraram com toda a força, com “You Can’t Stop Me” e prometiam um grande concerto a quem resolvera continuar no recinto.

Mas rapidamente a garra com que entraram se perdeu, naquilo que parecia um alinhamento pouco estruturado. Apesar de até apresentarem uma música nova no Cabedelo, os Guano Apes não conseguiram “abafar” a actuação anterior. Mesmo assim, esperava-se um pouco mais de uma banda habituada a palcos portugueses.

A tarefa ingrata de abrir para Scorpions

Mas a tarefa mais ingrata da noite caberia a Secondhand Serenade, nome do projecto de John Vesely, que iniciou as actuações da noite no palco principal. Em entrevista ao JPN, o músico americano mostrava-se positivo quanto à actuação, considerando que abrir para Scorpions seria “interessante” e “uma mistura engraçada”.

Enquanto iniciava a actuação, cá fora a fila para entrar no recinto atingia vários metros. Mesmo assim, o Cabedelo já estava composto e um coro predominantemente feminino fez-se ouvir, especialmente com “A Twist in My Story”, o single “Fall for You” e uma versão da canção “Fix You”, dos Coldplay, uma das “bandas preferidas” de John Vesely. Uma actuação que teria muito mais aceitação por parte do público se tivesse tido lugar na terceira noite do festival, onde irão actuar Gabriella Cilmi, Colbie Caillat, Jason Mraz e Keane.

O Palco dos Portugueses

O Palco Novos Portugueses esteve a cargo dos Cazino e aos Fonzie. A primeira banda, recheada de ex-elementos de alguns projectos musicais portugueses, teve uma plateia pouco recheada para os receber, encontrando algum eco em “Lição de Vôo”, o single mais rodado.

Já o punk rock dos Fonzie foi o que mais público atraiu ao palco secundário do certame. “A Tua Imagem” e “Shout it Out” foram alguns dos temas apresentados pela banda alfacinha no palco gaiense.