Em Maio de 2006, nascia no Porto a associação “Bem me Queres”. Dela fazem parte candidatos a adopção, pais adoptivos e pessoas que não são pais nem candidatos, mas que a consideram uma causa válida e justa. Todos os que lá trabalham são voluntários.

O principal objectivo da associação passa por “promover um dos direitos fundamentais das crianças: o direito a uma família” junto daqueles “que não têm família”, explica, ao JPN, Cristina Henriques, directora da “Bem me Queres“.

Actualmente, existem milhares de crianças institucionalizadas em Portugal. Grande parte destas crianças ficam anos nas instituições, “sem apoio efectivo das famílias biológicas e sem que ninguém decida por um projecto de vida alternativo, através de uma família”, completa a responsável.

Apesar de ainda aguardar autorização, a “Bem me Queres” foi a primeira entidade que requereu a possibilidade de se tornar numa agência de mediação da adopção internacional, encontrando-se, neste momento, segundo Cristina Henriques, “a dar apoio a candidatos e a pais adoptivos”. “Estamos a divulgar a adopção através de conferências e participando em todo o tipo de encontros que várias instituições organizam.”

O processo de adopção:

Os candidatos a adopção têm de se dirigir ao centro distrital da Segurança Social da sua área de residência, para se informarem e procederem à inscrição. Podem também recorrer a associações, como a “Bem me Queres”, que disponibilizam informação.

“Há crianças em todo o mundo que não têm família”

A “Bem me Queres” aguarda há “dois anos e meio” autorização para mediar a adopção internacional. “Quando estivermos autorizados vamos poder instruir os processos dos candidatos que pretenderem adoptar internacionalmente, depois de eles serem seleccionados e avaliados pelos organismos oficiais da Segurança Social e da Santa Casa da Misericórdia”, adianta Cristina Henriques.

Para a presidente da associação “em Portugal ainda há preconceito em falar de adopção”. A discriminação ainda chega de todos os lados: “As crianças que são adoptadas são estigmatizadas nas escolas e pelos professores. As próprias instituições, por vezes, acham que é melhor uma criança estar institucionalizada do que ser adoptada”.

O caminho é “mudar, mudar mentalidades”, ressalva Cristina Henriques.