Os Ornatos Violeta nasceram em 1991, no Porto, marcando, desde logo, diferença no panorama musical português da altura. Sem atingir um sucesso imediato e, sobretudo, sem vender muitos discos, os Ornatos Violeta conseguiram reunir seguidores até aos dias de hoje. Composta por Manel Cruz, Nuno Prata, Peixe, Kinorm e Elísio Donas, a banda portuense tem estatuto de culto em Portugal.

Elísio Donas, teclista, reconhece a importância da banda no contexto em que se inseriu. “Acho que fomos uma banda criativa e importante na fase prolífica dos anos 90, das novas bandas de rock em Portugal”. “Nós fizemos parte de uma fase muito boa da música portuguesa”, acrescenta.

Já Manel Cruz, que agora se apresenta a solo como Foge Foge Bandido, afirma que não tem noção do impacto que a banda teve numa geração. “Vejo as coisas de uma forma menos absoluta”, revela, talvez por “um instinto de sobrevivência artística”.

Por onde andam os Ornatos?

Os Ornatos Violeta terminaram, mas não a sua ligação à música. Todos os ex-integrantes da banda portuense ainda “emprestam” a sua criatividade à música portuguesa, em projectos diferentes, mas muitas vezes ainda em conjunto.

É o caso dos Pluto, em que participaram Manel Cruz e Peixe, ou de Homem Moscovo, projecto de Elísio Donas e Kinorm. Outro exemplo da colaboração entre antigos elementos da banda surge com o primeiro álbum do baixista Nuno Prata, em que participam como convidados os restantes elementos dos Ornatos Violeta.

Já Manel Cruz formou a banda Supernada, após o término dos Pluto e apresenta-se, agora, a solo com “Foge Foge Bandido”. Elísio Donas esteve envolvido em vários projectos com artistas portugueses, como Sérgio Godinho, Viviane e, mais recentemente, os Per7ume. Agora, participa, também, no projecto “Canta um Autor”, ligado à comemoração do 25 de Abril.

O antigo guitarrista dos Ornatos, Peixe, faz parte de um quinteto de música instrumental denominado Zelig, que terá disco à venda em Setembro. Para além da banda, dá ainda aulas de guitarra a adolescentes, com os quais desenvolve projectos.

Quem também trabalha de perto com os jovens é Kinorm, que está a desenvolver trabalhos num centro comunitário do Porto, com jovens e crianças de bairros desfavorecidos da zona ocidental da cidade. Musicalmente, o baterista pertence a um trio de rock chamado Plus Ultra.

Finalmente, Nuno Prata continua com o seu projecto em nome próprio, estando neste momento a trabalhar no próximo disco. Durante algum tempo, conciliou esse projecto com um trabalho numa cadeia de lojas de música.