O Festival ENORME, dedicado à música alternativa, terminou, esta quinta-feira, após três noites de espectáculo nos jardins do Palácio de Cristal. Apesar da fraca adesão, a organização já avançou que em 2010 haverá uma nova edição do evento.

À semelhança do primeiro dia, o cartaz das noites seguintes não conseguiu atrair muito público, contrariando a expectativa inicial de trazer aos jardins do Palácio pelo menos um milhar de pessoas por noite. Apesar das poucas centenas de espectadores, os concertos destacaram-se pela sua qualidade e pelo público bastante entusiasta e animado com as actuações.

O que faltou

Raul Ralha, produtor do festival, aponta falhas na divulgação como um dos motivos para a pouca afluência ao ENORME. “Apesar de termos começado com duas semanas de antecedência, toda a divulgação na cidade chegou muito tarde.” No entanto, não considera os números da assistência – “cerca de 1500 pessoas” – como algo totalmente inesperado, assumindo que “esse risco faz parte de uma primeira edição”, em que não existe o factor “tradição”.

Apesar de tudo, o responsável afirma estar “extremamente satisfeito com o festival com toda a parte do seu funcionamento e as condições que artistas e público tiveram” e acredita que o ENORME atingiu o seu objectivo maior de trazer à Invicta música alternativa de qualidade reconhecida.

Esta continua a ser a aposta para o próximo ano, com edição confirmada pela organização. “Será feito num formato idêntico, de três dias, possivelmente quinta, sexta e sábado, e vamos alargar a área de acção a outras áreas”, como o “teatro”.

O festival mantém os apoios do IPJ e da Porto Lazer. Para além disso, o convite para colaboração na semana cultural vai-se alargar a todas as associações do ensino artístico, tanto públicas como privadas.

De Phazz e Electro Deluxe já pediram à organização para voltar e Erik Truffaz poderá estar de regresso ao Porto “já em Março, em actividade com outro projecto”. O cartaz do próximo ano contará, no entanto, com noites “temáticas”, abordando outros estilos além do jazz.

Os espectáculos

O segundo dia do festival arrancou com o grupo portuense Intersound, que conseguiu, com algum esforço, aquecer as poucas dezenas de pessoas que se deslocaram aos jardins. Os franceses Electro Deluxe actuaram para uma audiência bem mais composta e calorosa. O mesmo entusiasmo recebeu os turcos Istanbul Sessions, que adaptam o seu jazz peculiar ao acompanhamento do reconhecido trompetista Erik Truffaz.

O último dia do festival foi marcado pelo ambiente de festa. Os Fanfarra Kaústica contagiaram o público e não faltou gente a aproveitar o espaço livre para dançar ao som do grupo de Águeda, que desceu do palco para se juntar ao público numa das últimas músicas. A agitação continuou ao longo do concerto dos Cèux Qui Marchent Debout com a sua mistura “funky reggae party”.