Nem só de pedidos de socorro se resume o trabalho de uma corporação. Cipriano Soares, responsável pela área de logística dos Bombeiros Voluntários de Valadares, contacta com outro tipo de situações.

Conseguir viaturas para a formação das pessoas pertencentes ao quadro de especialistas é um dos serviços do bombeiro de segunda classe. Isto porque a legislação actual exige que profissionais especializados, como os motoristas ou maqueiros, passem ao grau de bombeiros de terceira classe até Dezembro deste ano.

Para mudar de classe, os especialistas, bem como todos os outros bombeiros, têm de ter formações que não são comparticipadas.

Os cursos de suporte básico de vida ou de desencarceramento são alguns dos exemplos. Para este último são precisas viaturas, as tais que Cipriano tenta negociar com as sucatas locais. Tudo para conseguir cumprir a lei. “Há vontade para fazer as formações, não há é investimento”, assume Cipriano Soares, bombeiro há 18 anos.

Apesar disso, o bombeiro acredita que a população lhes dá o devido valor. “O povo reconhece o nosso valor, mas o Governo não”. Críticas partilhadas por Abel Lopes: “O Governo só vê o INEM e a GNR (que agora combate incêndios) e eles sem bombeiros não são nada.”