O despedimento é um medo frequente, mas “não é verbalizado pelos utentes”, considera Ana Luísa Santos, assistente social da Abraço.

O receio e os desabafos são muitos, mas concentram-se na discriminação que existe e no afastamento da própria família quando descobre a doença. Muitos utentes da “Abraço” escondem-na da família, com medo de retaliações.

“A família afasta-se e afasta-os e isso é mais referido do que o problema laboral”, constata Ana Luísa, que já testemunhou várias situações.

Para estes casos, a “Abraço” oferece apoio psicológico e psicossocial. Tenta “arranjar ateliês de como arranjar emprego” e faz parcerias, procurando ajudas por parte da segurança social quando o utente não tem uma situação económica estável. Segundo Luís Mendão, do Grupo Português de Activistas sobre tratamentos de VIH SIDA (GAT), em declarações aos meios de comunicação social após uma conferência, “a maioria dos seropositivos é pobre e trabalha precariamente”.