O presidente do Comité Olímpico Internacional, Jacques Rogge, tornou-se, na quinta-feira, o 76.º Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto (UP). Cirurgião ortopédico, professor universitário em Medicina Desportiva e e ex-atleta olímpico pela Bélgica, Jaques Rogge foi distinguido por proposta da Faculdade de Desporto da UP (FADEUP).

Rui Garcia, professor na Faculdade, iniciou a cerimónia destacando o “currículo com elevado nível” do doutorando, que, de resto, já não é estranho a doutoramentos honoris causa. Jacques Rogge, entre outros feitos, devido ao seu “contributo para a causa médica e desportiva”, já conta com mais de dez doutoramentos honorários, obtidos em diversos países.

“É, sem dúvida, um homem universal, que alia o saber científico ao saber desportivo”, justifica Rui Garcia, acrescentando a “conhecida luta anti doping” às razões que levaram à distinção do presidente pela UP.

Na cerimónia foi, também, focada a recente reeleição de Jacques Rogge para a presidência do Comité Olímpico Internacional, em Outubro, cargo que ocupará por mais quatro anos.

“Enquanto presidente, aprofundou o conceito de ética no desporto”, lutou “pelo desporto limpo de doping” e, remata, fez com que o Comité Olímpico tomasse “em devida conta” o ambiente. “O compromisso ambiental pode fazer parte de uma nova interpretação da bandeira olímpica”, finaliza.

“Temos o dever social de dar o exemplo aos jovens através do desporto”

O homenageado, Jacques Rogge, por sua vez, relembrou a importância das instituições educativas desde o ínicio da história olímpica moderna, com Pierre Coubertin. Agradecendo a distinção “em nome do Comité Olímpico Internacional”, Rogge relembrou que a missão do comité “já não é so desportiva”.

“Temos o dever social de dar o exemplo aos jovens através do desporto”, refere, acrescentando que “o desporto é uma ferramenta educativa fabulosa” e que, “na sociedade actual”, “o desporto tem um papel fundamental”.

Mesmo assim, Jacques Rogge entende que há “um declínio do desporto”, fruto do “vício do ecrã”: “ecrã da televisão, ecrã do computador”, e que “tanto o mundo do desporto, como o mundo académico devem continuar a promover” o desporto e o “fair play”.

“O movimento olímpico tem muito para oferecer aos jovens, hoje mais do que nunca”, rematou Jacques Rogge.

Comité Olímpico de Portugal apadrinha doutoramento

O padrinho de doutoramento de Jacques Rogge foi o presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, que relembrou o centenário do comité português, celebrado a 27 de Novembro.

Responsável, segundo Vicente Moura, pelo “movimento imparável à escala planetária” que é, agora, o movimento olímpico, Jacques Rogge foi o impulsionador de iniciativas como a da “criação do Festival Olímpico da Juventude Europeia”.

Vicente Moura não deixou, também, de salientar a interferência positiva do Comité Olímpico Internacional, na figura de Jacques Rogge, na “defesa da igualdade, do combate à pobreza e exclusão social”, marcando presença “nos grandes fóruns mundiais”.

Numa cerimónia que contou com a presença dos comités Olímpicos de Portugal, Brasil e Moçambique, o presidente do Comité Olímpico Internacional foi homenageado com o doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Porto.

A distinção premeia o trabalho de Jacques Rogge na revitalização do espírito olímpico e pela abertura dos Jogos a novas modalidades, bem como a decisão de, pela primeira vez, escolher um país lusófono (Brasil) para acolher os Jogos Olímpicos.