Tornar as exposições do Museu Papel Moeda “acessíveis a cegos, surdos, pessoas com paralisia cerebral ou deficiência mental” é o objectivo da reformulação de estratégias de comunicação da Fundação Cupertino de Miranda. A missão a que a instituição, detentora do museu, se propõe tem por objectivo “encontrar formas do museu estar aberto a todos os públicos”, esclarece a museóloga Sónia Almeida Santos, responsável pelo serviço de Educação da fundação.

A adaptação dos conteúdos tem sido efectuada de diferentes modos, dependendo do público a que se destina. “Temos guias em Braille, um percurso com notas tácteis, software e hardware cedidos pela Fundação Portugal Telecom”, explica Sónia Almeida Santos.

Fundação de Serralves com colecção acessível a cegos

A Fundação Copertino de Miranda não é a única a tentar melhorar o acesso de cidadãos com deficiência às suas exposições. Também a Fundação de Serralves disponibiliza equipamento informático de interacção com as suas obras de arte contemporânea a cegos e pessoas com baixa visão. A iniciativa está integrada nas comemorações dos dez anos do Museu de Arte Contemporânea e é a primeira de uma série de acções desenvolvidas em conjunto com a delegação portuense da ACAPO.

“Uma pessoa cega tem acesso a um computador e ouve todo o teor da exposição. No caso da exposição «Dinheiro e Transportes» temos alguns carros que damos, para perceberem as alterações ao longo dos tempos”, exemplifica Sónia Almeida Santos.

A museóloga refere que, para o público com surdez e com deficiência mental, há, também, computadores adaptados “com esquemas visuais e imagens”. Do mesmo modo, há máquinas específicas para pessoas com paralisia cerebral e deficiência neuro-motora. “Nestes casos temos um ecrã táctil, joystick, rato alargado, uns braços adaptados que tocam na cara das pessoas e que funcionam como um rato para quem não consegue mexer os braços”, expõe a responsável.

O Serviço Educativo da Fundação Cupertino de Miranda tem ainda utilizado novos recursos, como vídeos e jogos interactivos, na aproximação das escolas ao Museu. “Tudo com a educação como objectivo final”, conclui a museóloga.

As inovações na interacção com o público que o museu está a implementar vão ser expostas num workshop de interpretação sensorial, organizado em parceria com a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).