Tal como “Breve Sumário da História de Deus” é um “regresso às origens”, o Teatro Nacional S. João (TNSJ) vai manter-se “nessa procura de coisas inicias”. Eis a razão, alerta o director artístico, Nuno Carinhas, para estrear “Antígona”, de Sófocles.

O espectáculo, encenado pelo director artístico da instituição, vai estar em cena entre 26 e 28 de Março, sendo depois retomado em Abril. Em simultâneo, um dos “fotógrafos da casa”, João Pina, expõe, no Salão Nobre, “Estados de Guerra”.

O TNSJ não queria deixar de assinalar o Dia Mundial do Teatro, a 27 de Março, por isso o próprio cenário de “Antígona” irá acolher o concerto “Mulheres ao Espelho”, de Aldina Duarte, em que o “fado estará entendido como os fados do destino”, espera Carinhas.

A solo

O ano começa com o já anunciado “Ano do Pensamento Mágico”, um monólogo de Joan Didion, interpretado por Eunice Muñoz, e que marca o regresso da actriz com Diogo Infante (na encenação) ao palco do S. João.

O ciclo “Solos” promete trazer ao TNSJ “companhias que raramente estão” na instituição com intérpretes que, tal como o nome indica, actuam a solo. “Dois Homens”, de José Maria Vieira Mendes a partir de Franz Kafka, traz o Teatro Municipal de Almada ao Teatro Carlos Alberto (TECA).

João Reis, “actor fetiche” do TNSJ, graceja Carinhas, regressa com “A Febre”, de Wallace Shawn, do Teatro Oficina, instituição que também traz “Amor”, de André Sant’Anna. Depois de Emilia Galotti, Ana Bustorff retorna ao TECA, com “Concerto à la Carte”.

A dança não é esquecida. Em Fevereiro, Olga Roriz traz “Electra”, uma das “apostas”, refere Carinhas, tal como “A Mãe”, de Bertolt Brecht, produzida pelo Teatro Municipal de Almada, e que estará em cena no S. João entre 12 e 21 de Fevereiro. O pintor João Vieira, recentemente falecido, tem nesta programação uma pequena homenagem com “Letra M”, um espectáculo que decorre “dentro de uma instalação” do artista.

O Teatro dos Aloés traz, em Fevereiro, ao TECA dois espectáculos de “pendor filosófico muito grande”, avisa Carinhas: “Facas nas Galinhas” e “Canção do Vale”.

Depois de “The Pillowman”, Tiago Guedes volta ao Porto, desta feita ao TECA, com “Blackbird”. “Era indispensável que ele viesse cá”, diz o director artístico. “O Deus da Matança”, de Yasmina Reza, em cena em Março, põe a descoberto a essência dos “conflitos”.