O Fantasporto comemora o seu 30.º aniversário e, apesar de não ser tempo para grandes farturas, o festival está “em festa”. Afinal, “não é todos os dias que um evento cultural faz 30 anos”, regozijou-se, esta segunda-feira, em conferência de imprensa, Mário Dorminsky, um dos directores do certame. “E com a mesma estrutura original!”, alertou, apontando para os companheiros da organização Beatriz Pacheco Pereira e António Reis.

Este ano, o “Fantas”, que decorre entre 22 de Fevereiro e 7 de Março, aposta em filmes portugueses, homenageia o realizador e produtor Luís Galvão Teles e dedica uma retrospectiva ao cinema francês.

Robótica e Cinema:

Se no ano passado se deu “um passo original” com a organização de um ciclo de conferências e de filmes que conjugavam a arquitectura e o cinema, em 2010 volta-se a “abrir o cinema ao saber e conhecimento”, avisa Beatriz Pacheco Pereira. Desta vez o tema é a robótica. Animação de rua com robôs do Instituto Superior de Engenharia do Porto é uma das actividades. Está também programado uma masterclass dedicada aos efeitos especiais, que conta com a presença de David Marti e Colin Arthur, nomes sonantes da área.

Seguindo a máxima “filme português não é rejeitado”, o Fantasporto organiza seis sessões dedicadas, especialmente, ao cinema nacional, adianta Beatriz Pacheco Pereira, para quem o número de películas em cartaz prova que o evento é uma “montra onde os realizadores querem estar”.

Depois de José Fonseca e Costa, este ano é Luís Galvão Teles o homenageado. “Um cineasta português muito estimado no estrangeiro”, destaca a responsável. Para além de outros filmes, será exibida “A Confederação”, uma película pouco conhecida do realizador.

Para premiar uma ligação que também já tem 30 anos, o “Fantas” dedica uma retrospectiva ao cinema francês, numa selecção partilhada com a Embaixada e a Alliance Française. “São os melhores filmes das várias épocas”, avisa António Reis, dando como exemplo Alphaville, de Jean-Luc Godard, e Le Dernier Combat, de Luc Besson.

“Solomon Kane” na abertura

O Fantasporto arranca com a estreia de “Solomon Kane”, de Michael J. Basset. O filme, baseado num livro de Robert E. Howard e visto como uma das superproduções do ano, conta com a produção de Samuel Hadida, que vai receber o Prémio Carreira durante o festival.

“The Crazies” encerra o “Fantas”. Trata-se de uma homenagem de Breck Eisner a George A. Romero, o grande mestre do cinema de zombies. Outro dos destaques vai para “Thirst”, de Chan-Wook Park, o eterno “Old Boy”, que com esta obra promete instalar a polémica no Fantasporto, avisa António Reis.

Nas obras a competição na Semana dos Realizadores, encontra-se “Fish Tank”, de Andrea Arnold, que venceu o prémio do júri no Festival de Cannes.