No primeiro dia da MICAM, a principal feira de calçado do mundo, em Milão, o porta-voz da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado (APICCAPS), Paulo Gonçalves, faz, ao JPN, um balanço positivo da participação das 79 empresas portuguesas.

“A feira está a correr de forma muito satisfatória porque tem sido possível contactar com aqueles que são os clientes tradicionais do calçado português, mas também tem permitido contactar com um conjunto de novos potenciais clientes, designadamente de mercados novos e emergentes, que de grosso modo apresentam um potencial crescimento para as empresas portuguesas.”

A feira, que tem um papel estratégico na afirmação do sector do calçado nacional, arrancou, esta terça-feira,no recinto Fiera Milano, na capital da moda italiana, e conta com um aumento da participação da indústria portuguesa na ordem dos 5%.

De acordo com o porta-voz da APICCAPS, os primeiros sinais são “muito encorajadores”, uma vez que o sector do calçado português está a conseguir revelar “todo o seu dinamismo, com propostas de moda muito arrojadas e muito interessantes. “Acreditamos que possa surpreender os visitantes.”

Secretário de Estado da Indústria diz-se orgulhoso com sector

Também Fernando Medina, Secretário de Estado da Indústria e Desenvolvimento, que esteve presente na sessão de abertura do MICAM, mostrou-se orgulhoso das empresas que estão a representar Portugal.

Segundo a agência Lusa, o responsável apontou para a importância das propostas, que, diz, estão “ao nível do que de melhor se faz na Europa e no Mundo em matéria de qualidade, inovação, conceito de marca e capacidade de se adaptar ao consumidor”.

Sector do Calçado investe na promoção externa

A forte presença de Portugal traduziu-se num investimento de cerca de 1,5 milhões de euros que foi suportado por vários fundos comunitários, nomeadamente o QREN. São 629 milhões os pares que sapatos que as 79 empresas vão apresentar no certame e, por cada um, contaram com um apoio de 8,8 cêntimos.

Esta não será a única iniciativa da área na qual Portugal vai estar representado em força. Só este mês a indústria de calçado nacional vai participar em 11 feiras e exposições. A aposta em mercados em crescimento como o Brasil, a China e a Polónia é também notória nos 76 eventos em que a indústria de calçado nacional marca presença em 2010.

Trata-se de um investimento em promoção comercial externa nunca antes visto no sector e que estará na ordem dos nove milhões de euros.

Para Paulo Gonçalves, esta é um aposta importante para o país, se tivermos em conta que “a indústria do calçado exporta mais de 96% da sua produção para sensivelmente 118 mercados a nível internacional”. “As 79 empresas presentes, em particular, representam sensivelmente 1500 postos de trabalho e têm um volume de exportação na ordem dos 500 milhões de euros”, sublinha.

Em período de crise, a indústria do calçado foi aquela que teve um maior contributo para a balança comercial portuguesa nos primeiros 11 meses de 2009, ainda que as exportações tenham sofrido uma diminuição de 8% face ao ano anterior.