O Instituto Nacional de Estatística espanhol revelou, na sexta-feira, que o desemprego já atingiu mais de quatro milhões de pessoas em toda a Espanha, tratando-se do número mais alto dos últimos 14 anos. No passado mês de Fevereiro, mais 82.132 trabalhadores ficaram sem emprego.

Números do mês de Janeiro do Eurostat

Segundo dados relativos ao mês de Janeiro divulgados ontem pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), e comparando com os restantes estados-membros da Zona Euro, Espanha é o país com a taxa de desemprego mais alta (18,8%), seguido da Irlanda (13,8%) e da Eslováquia (13,7%). Portugal situa-se no 4.º posto, com 10,5% da população desempregada, uma percentagem, ainda assim, acima da média da União Europeia (9,5%). No cenário dos 27, só a Letónia consegue ultrapassar Espanha, com cerca 22,9% da população sem emprego.

O secretário de Estado da Segurança Social espanhola, Octávio Granado, em declarações ao jornal “El Mundo”, afirma que, apesar do crescimento do desemprego, a criação de trabalho tem-se gerado “todos os dias”, sendo que “saldos positivos contínuos” só mesmo para os últimos meses de 2010.

Este aumento de 82 mil despedimentos em Fevereiro representa um crescimento de 2,03%, relativamente ao mês de Janeiro do mesmo ano, não sendo, contudo, dos piores números da economia espanhola. No período homólogo de 2009, Espanha assistiu à destituição de 154.058 empregos, a fracção mais alta de sempre, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

Ainda assim, este aumento de 2,03% registado em Fevereiro representa o oitavo agravamento consecutivo do estado do desemprego em Espanha. Num ano, o número de espanhóis sem trabalho cresceu em 648.766 trabalhadores, um aumento de 18,6%.

Os sectores mais afectados

De acordo com dados do INE, praticamente 55% do total de desempregados verificado no mês de Fevereiro concentrou-se na área dos serviços, com mais 45 mil pessoas sem trabalho (1,94%). No sector da construção civil, quase 10 mil operários perderam o emprego (1,26%), enquanto que a verificou um aumento de 6,44% do número de desempregados (6.871 trabalhadores). O sector da indústria foi o menos afectado – 0,99% -, mas viu, ainda assim, 5.116 pessoas ficarem sem trabalho.

A economia espanhola vê-se agora numa situação difícil, enquanto que os governos regionais pressionam cada vez mais a direcção central para que se tomem medidas que reduzam rapidamente os números do desemprego.