O Encontro Anual do International Football Association Board (IFAB) resultou na reprovação da implementação de tecnologias na linha de golo. O objectivo era, através de uma câmara (“olho de falcão”), esclarecer casos duvidosos de entrada da bola na baliza.

A decisão, que foi hoje, segunda-feira, anunciada, resultou da votação do conselho da IFAB constituído por quatro associações britânicas (Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales) e pela FIFA. Os quatro países têm direito a um voto; por sua vez, a FIFA tem direito a quatro. Irlanda, País de Gales e a FIFA votaram contra a implementação de tecnologias

Bernardino Barros, comentador desportivo, concorda com a decisão, pois considera que as novas tecnologias não resolvem os casos polémicos do futebol. “O futebol é discussão sã. Mesmo quem está em casa depois de ver múltiplas imagens nunca tem a certeza se foi bem o mal analisado. Futebol é paixão e discussão com todas as nuances que o fazem tão particular.”

Já Calheiros, ex-árbitro de futebol, discorda da decisão. Na sua opinião, a solução passa, realmente, por apostar nos meios tecnológicos porque estes “são favoráveis ao bom funcionamento do jogo e são um bom auxiliar para quem tem de decidir”.

Inclusão de árbitros de baliza ainda em discussão

Assunto ainda em debate é a inclusão de árbitros de baliza. A maioria dos jogadores de futebol inquiridos pela Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro) considera que a tentativa da UEFA de incluir árbitros na linha de golo não trouxe melhorias às partidas.

O inquérito da FIFPro foi feito aos 48 capitães de equipas presentes na fase de grupos da Liga Europa. Responderam 31 de 17 países diferentes.

A iniciativa do presidente da UEFA, Michael Platini, foi testada nos jogos da fase de grupos da Liga Europa e tinha como principal objectivo evitar o uso de tecnologias e situações mal ajuizadas.

Carlos Calheiros, ex-árbitro de futebol, concorda com esta decisão pois considera que “os árbitros da linha de baliza não acrescentam nada de positivo”. “Nos jogos que analisei via televisão os casos que surgiram nunca foram decididos por esses árbitros.” A opinião é partilhada por Bernardino Barros, comentador desportivo: “Não se justifica um juíz de baliza para esta função porque os casos são raros.”

A decisão vai ser conhecido no final da competição da Liga Europa, em Maio.