As ruas de Saint-Étienne sugerem passeios sem destino. É quando nos perdemos e nos aventuramos sem mapa que o centro nos dá pistas para o melhor que a cidade tem. Podemos apanhar cinco graus negativos e, ainda assim, não nos esquivarmos aos bancos de neve, ao gelo dos passeios, ao carrossel em plena praça.

Para pernoitar, temos dois hotéis irmãos, a bons preços (duas estrelas): o Continental (antigo Cheval Blanc) e o Le Cheval Noir. No passado, em pleno século XIX, eram os postos do correio e de caixeiros viajantes de Saint-Étienne, e algumas marcas desses passado ainda persistem – sejam as argolas de ferro para ancorar as carruagens ou uma tabuleta identificativa.

Saint-Étienne tem duas linhas de eléctrico (Tram), uma espécie metro de superfície, que ligam a cidade de uma ponta a outra. Para uma ou outra deslocação, pode ser necessário apanhar o autocarro. Mas são poucos os casos.

A cidade começa a ser cada vez mais influenciada pelo design. Ao lado das típicas lojas de queijos e enchidos ou das patisseries, surge uma de arte ou de objectos usados, como a Banana Vintage. Aberto há 30 anos, o alfarrabista Tropique (Rue Pierre Bérard, 24), de Philippe e Christiane Ribeyre, é um mausoléu de livros, revistas antigas, ecos de outro tempo. “Já podem dizer que vieram à mais bela e modesta livraria de Saint-Étienne”, anuncia Christiane. E depois confessa: “Não viajo, fico no meu canto. Tenho os meus livros…”

Já os chocolates Weiss são uma verdadeira biblioteca de sabores. É, aliás, esse o espírito de uma das secções: um catálogo de chocolates para escolher o que melhor se adequa ao momento. Aqui, em homenagem à Estrada Nacional 7, temos o bombom Le Pavé de la Route Bleue. Tudo porque, na década de 30, no apogeu das Leis Sociais, os stephanoise preenchiam a estrada que rumava às praias, graças às três semanas de férias pagas. Essa era a Route Bleue.

Para a noite, além de alguns bares que existem pela cidade, há outras sugestões culturais. Um concerto no Zénith é sempre uma hipótese. O cinema Le Méliès pode ser uma alternativa para o circuito habitual da Sétima Arte. No mesmo espaço, temos o Ninkasi, um espaço que alberga concertos, com um restaurante a preços convidativos (e cerveja caseira) e uma agenda cultural muito intensa.