Na sessão inicial do ciclo de conferências comemorativo do Centenário da República, organizado pela Universidade do Porto (UP), pretendia-se conhecer mais sobre a Implantação da República na literatura portuguesa. Para Maria de Fátima Marinho, professora e directora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), a “Revolta de 5 de Outubro perpetuou-se na literatura portuguesa”.

Durante a sessão que contou, também, com a presença do Reitor da UP, Marques dos Santos, e de Pedro Tavares, professor na Faculdade de Letras da UP, Maria de Fátima Marinho reflectiu sobre a história alternativa que os livros viram nascer. Uma história alternativa que, segundo a professora, “contraria a história que aconteceu”.

“A República veio despachada de Lisboa”, do livro “Levantados do chão”, de José Saramago, foi um dos excertos lidos pela oradora da sessão, como forma de mostrar a história alternativa e a forma como muitos escritores personificaram a República. Por isso, refere que as obras literárias não podem ser tomadas como referência histórica para historiadores: “Uma obra literária vale por si, não tem obrigação de ser verdadeira.”

Na primeira conferência integrada nas Comemorações da República promovida pela Universidade do Porto esmiuçou-se a revolta republicana na vertente literária. No entanto, o objectivo da organização é que até 27 de Maio, fim do ciclo das conferências, conversar sobre várias perspectivas da República. Até ao final do ano, à semelhança da evocação da revolta de 31 de Janeiro, vão existir vários eventos pela cidade a relembrar a data.