O ministro inglês dos Assuntos Exteriores, David Miliband, expulsou de Inglaterra um oficial israelita depois de confirmar, na terça-feira, na Câmara dos Comuns, em Londres, que o diplomata terá estado envolvido na falsificação de doze passaportes de cidadãos britânicos utilizados no âmbito do plano de execução de Mahmoud al-Mabhouh, líder do Hamas.

Miliband explicou que por “razões legais” não pode divulgar o nome do oficial deposto, assim como não pode tornar público o processo de investigação levado a cabo pela Agência de Crime Organizado (SOCA) inglesa. Ainda assim, a edição online da BBC avança que “há indícios” de que o diplomata é “o chefe do departamento da Mossad em Londres”, provavelmente encarregado do conjunto de investigações de espionagem israelita na Europa.

Acusação não ataca Israel mas Ron Prosor está decepcionado

O ministro inglês não acusou formalmente Israel de envolvimento na execução do líder do Hamas, mas declarou que “é muito provável que as falsificações tenham sido levadas a cabo por serviços de inteligência estatais”, acrescentando que há “poderosas razões para acreditar que Israel foi responsável pelo mau uso dos passaportes britânicos”.

Segundo a “BBC”, o embaixador israelita em Londres, Ron Prosor, lamentou a decisão do ministro inglês, afirmando que “a relação entre Israel e o Reino Unido é de mútua importância”, pelo que estão “decepcionados com a decisão” do executivo britânico. Para Prosor não existem provas que relacionem os serviços secretos israelitas e a morte do dirigente do Hamas.

Os doze passaportes ingleses plagiados pertenciam a cidadãos britânicos residentes no Estado judeu. Miliband considerou o acto “intolerável”, alertando ainda outros cidadãos ingleses para o “risco” de que os seus passaportes sejam utilizados da mesma forma.

Polícia do Dubai aponta para a Mossad

Segundo o diário israelita “Haaretz”, as autoridades policiais dos Emiratos Árabes Unidos dizem ter “99% de certezas” de que a Mossad – serviço secreto israelita – está por detrás da morte Mahmoud al-Mabhouh, líder da organização terrorista palestiniana Hamas, responsável pela morte de dezenas de ataques contra Israel desde 1980.

A Interpol emitiu, logo após o assassinato de al-Mabhouh, 27 mandatos de captura para deter os executantes do crime, mas nenhum deles foi, até agora, capturado.