A Plataforma de Intervenção Cívica (PIC) realizou, na tarde de ontem, quinta-feira, uma vigília, à entrada do Mercado do Bolhão para exigir à Câmara Municipal do Porto que angarie financiamento para a reabilitação e inicie as obras o quanto antes.

Alguns membros da PIC distribuíram panfletos com mensagens de sensibilização para a actual situação do Bolhão, num protesto que não contou com muita participação. Ao JPN, José Maria Silva, porta-voz da Plataforma, mostrou-se preocupado pelas formas encontradas pela Câmara do Porto para financiar o projecto.

Para o responsável, a “venda de acções do Mercado Abastecedor do Porto” e a “indemnização da TCN (TramCroNe), empresa que chegou a estar responsável pelo projecto, não são fontes de financiamento “credíveis”, e, por isso, a Câmara não deve esperar custear as obras contando com essas opções.

A única forma de conseguir angariar a totalidade do dinheiro é, diz, candidatar o “projecto do Bolhão a fundos comunitários”.

Recorde-se que na Assembleia Municipal de 15 de Março, o vereador do Urbanismo, Gonçalo Gonçalves, avançou que as obras devem arrancar em 2011.

Comerciantes do Bolhão reivindicam melhores condições

Os comerciantes do mercado esperam, há anos, por obras que consideram necessárias. José Maria Silva alerta também para a importância de melhores condições de trabalho e de higiene, “para que os comerciantes e os compradores se sintam bem”.

Sara Araújo, comerciante do Bolhão, refere que é crucial “começar as obras o mais depressa possível”, para que não haja mais perda de clientes. “No Bolhão inteiro há mais lojas fechadas do que abertas”, lamenta.

Ana Maia, também comerciante, confessa que está “aos poucos a perder clientes”. Vê na Câmara a única entidade que realmente “pode fazer alguma coisa” para alterar esta situação.