Durante cinco anos, a casa projectada por Rem Koolhaas acolheu cerca de 5.500 espectáculos e abriu a porta a mais de dois milhões de pessoas. Valores que levam o director artístico, António Jorge Pacheco, a confirmar: “A casa está arrumada.” A aposta é, agora, a internacionalização dos agrupamentos residentes. Mas, para já, é tempo de comemorações.

JPN acompanha comemorações:

O JPN associa-se ao 5.º aniversário da Casa da Música como media partner. Além da cobertura dos eventos da quinzena das comemorações, foram desenvolvidos vários trabalhos que podem ser vistos, a partir da próxima semana, aqui e na casadamusica.tv.

De 1 a 14 de Abril, a Casa da Música (CdM) celebra o 5.º aniversário com um plano de actividades intenso. O programa foi apresentado, esta sexta-feira, em conferência de imprensa, com António Jorge Pacheco a destacar o projecto “pioneiro, inovador e prioritário”Ao Alcance de Todos“. Desenvolvido pelo Serviço Educativo, o projecto, que cruza as capacidades dos cidadãos com necessidades especiais com a música, vai contar com vários espectáculos, workshops e conferências.

No arranque está a conferência internacional “Opera, Dance & Disability” da RESEO, rede que integra mais de 60 instituições e companhias artísticas europeias, entre elas a CdM.

Para a quinzena festiva, o director artístico sublinha a “aposta forte no jazz”, visível no espectáculo-homenagem a Billie Holiday, no concerto de Carla Bley com a Orquestra de Jazz de Matosinhos e nas actuações do Remix Ensemble e da ESMAE Big Band. A 9 de Abril, a Orquestra Nacional do Porto (ONP) interpreta a Sinfonia nº 5 de Tchaikovsky, que é precedida por “…aquilo que voa”, “encomenda” da CdM ao compositor português António Chagas Rosa. Durante as celebrações, a vinda de Dick Dale ao Clubbing acende as memórias do rock californiano dos anos 50 e 60.

Futuro é internacionalização

A partir de 4 de Setembro, a Orquestra Nacional do Porto passa a chamar-se Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. A data é simbólica. É o dia da “grande saída internacional” da ONP, enfatiza António Jorge Pacheco. O agrupamento leva à Wiener Konzerthaus, em Viena, obras de Mahler, Mitterer e Daniel Moreira e, por isso, atendendo à “crescente internacionalização da capacidade de criação e produção musical da Casa da Música” optou-se pela mudança da designação, refere a instituição em comunicado.

Também o Remix Ensemble se vai passar a chamar Remix Ensemble Casa da Música, fomentando a denominação comum que já estava a ser utilizada com o Coro e a Orquestra Barroca.

O director artístico admite ainda a possibilidade da ida da ONP à China, manifestando vontade na internacionalização de todos outros agrupamentos residentes da CdM, advertindo, no entanto, estar fora de inverter a prioridade que é servir a cidade do Porto.

Com o Relatório de Contas de 2009 fechado, António Jorge Pacheco revela ter as “contas em dia”, devido à “cautelosa gestão e extremo rigor” que permite à CdM gerar receitas próprias, apesar da actual crise económica e da progressiva diminuição da participação do Estado na Fundação CdM.

Ao longo dos cinco anos, verificou-se um crescimento médio na ocupação das salas de 66%, tendo sido atingidos os 81% em Janeiro de 2010. O primeiro trimestre deste ano pode vir a ser, aliás, “o melhor trimestre de sempre”.