Em conferência de imprensa, Fernanda Menezes, presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), considerou que o ano foi financeiramente positivo. A STCP registou uma melhoria nos resultados financeiros de 16,4 milhões de euros, bem como nos resultados operacionais de 3,7 milhões de euros face a 2008. Estes valores resultaram numa melhoria dos resultados líquidos da empresa em 19,4 milhões de euros.

No entanto, a dívida da empresa fixou-se nos 318,378 milhões de euros em 2009, um aumento de 12,5 milhões de euros face ao ano anterior. A STCP contraiu um empréstimo obrigacionista de 120 milhões de euros, que serviu para cobrir a divida a curto prazo que sofreu uma diminuição de 105,3 milhões de euros face a 2008. No entanto, a dívida a curto e médio prazo aumentou 117,8 milhões, reflectindo-se no aumento da divida total da empresa.

Proposta de saneamento financeiro

Quarta-feira, a STCP enviou uma proposta à tutela de saneamento financeiro e reequilíbrio económico. Esta proposta, aliada aos apoios de Serviço Público também requeridos pela empresa, pode ajudar a uma melhoria das contas. Uma das perspectivas para 2010 referida pela presidente do Conselho de Administração foi a contratualização do Serviço Público, proposta envidada em Dezembro passado às tutelas e que se encontra ainda em avaliação.

A empresa pretende ser compensada pelo Estado pelo serviço social que presta, nomeadamente em tarifários específicos para estudantes, idosos ou menores e linhas específicas para trajectos que grupos de utentes específicos usam. Segundo Fernanda Menezes, estes serviços não prestam lucros, mas são indispensáveis para os utentes.

Em 2009, a STCP também sofreu com a crise. A empresa de transportes perdeu três milhões de passageiros em relação a 2008. Para a presidente do Conselho de Administração, esta situação deve-se a “uma segunda vaga de crise, em que as pessoas deixam de ter emprego e deixam de ter para onde ir”.

Planeando o futuro, a empresa pretende melhorar os seus serviços, colocando em circulação 15 autocarros novos de dois pisos e vinte articulados. Investir em novas linhas é também uma aposta da empresa, que arranca ainda este mês com a linha que vai ligas Vila D’Este à Boavista.