Vários grupos de militantes islamistas ligados à Al-Qaeda atacaram na segunda-feira diversos pontos no noroeste do Paquistão.

Só num atentado bombista em Timargarah, a principal cidade de Lower Dir, distrito de Malakand, morreram 51 pessoas e 89 ficaram feridas. O ataque aconteceu durante um comício político laico do Partido Nacional Awami, constituído por uma minoria de cidadãos Pashtun.

Num outro ataque, orquestrado também por talibãs paquistaneses, o alvo foi o consulado norte-americano em Peshawar.

Segundo o diário britânico “The Guardian“, do atentado resultaram sete mortos – quatro terroristas, um civil, um guarda militar e um soldado paramilitar – e vários feridos. No entanto, o ataque com recurso a granadas, carros-bomba e outras armas falhou. Segundo a edição online do diário paquistanês “The News“, os bombistas não conseguiram entrar na delegação diplomática graças à resistência oferecida pelas forças de segurança e exército paquistaneses. Por outro lado, também não há registo de cidadãos norte-americanos entre as vítimas.

Segundo a agência “Reuters“, os serviços de inteligência paquistaneses consideram que o “atentado suicida foi bem planeado”. A embaixada norte-americana em Peshawar condena o ataque, afirmando, em comunicado, que a série de atentados no Paquistão “reflecte o desespero dos terroristas, à medida que vão sendo rejeitados pelas populações paquistanesas”.

Mais segurança depois da ameaça de novos atentados

Em declarações à AFP, uma porta-voz das Nações Unidas (ONU), Ishrat Rizvi, avançou que a delegação americana em Peshawar vai manter-se encerrada durante dois dias por questões de segurança.

A agência de notícias informa ainda que os talibãs paquistaneses reivindicaram os atentados, deixando contudo em aberto a ameaça de ataques adicionais. Num telefonema para a agência noticiosa francesa, Azam Tariq, porta-voz do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), reclama a autoria do ataque ao consulado norte-americano, “em represália pelos ataques dos aviões não tripulados norte-americanos” que disparam mísseis no noroeste do Paquistão contra os refúgios dos talibãs e da Al-Qaeda.

Os Estados Unidos têm mantido o consulado em Peshawar, apesar do aumento da violência na região. Desde que o Paquistão passou a apoiar os EUA na luta contra o terrorismo islâmico, depois do 11 de Setembro, a missão diplomática americana em território paquistanês já foi atacadas várias vezes.