“Escritos de café” é a forma como António Pedro Ribeiro descreve os poemas que compõem o livro “Um poeta no Piolho”, apresentado, esta quarta-feira, no bar Labirintho. A obra, que surge como uma “homenagem aos 100 anos do Piolho”, refere o autor, retrata mais dos vinte anos de “vivências” passadas no café dos estudantes, desde que o poeta entrou no curso de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Outros livros de António Pedro Ribeiro:

2009 – Queimai o Dinheiro
2007 – Um Poeta a Mijar / – Saloon
2006 – Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro. Manifestos do Partido Surrealista Situacionista Libertário
2004 – Sexo, Noitadas e Rock n’ Roll
2001 – À Mesa do Homem Só. Estórias

“É uma história da relação quotidiana que nós temos com o café, com a cerveja, com o empregado de mesa, com o gerente, com as mulheres que estão (sentadas) ao lado”, referiu, ao JPN, António Pedro Ribeiro.

O livro surgiu por sugestão de Raul Simões Pinto, autor de “As Tascas do Porto”, “Pasteleira City” e “Putas À Moda do Porto”. “Eu tinha textos antigos de outros livros e tinha alguns inéditos escritos há quatro, cinco anos. Outros foram escritos de enfiada entre Maio e Outubro.” Por isso, o poeta “não demorou muito” tempo a escrever o livro.

A apresentação de “Um poeta no Piolho” contou com a participação do jornalista Sérgio Almeida, para quem a poesia de António Pedro Ribeiro “tem a virtude de ser uma poesia de rua”. Para o jornalista, o “envolvente” livro tem a capacidade de “interessar e de envolver mesmo aqueles que a partida não gostam muito de poesia ou dizem não gostar”.

A poetisa Susana Guimarães também marcou presença na apresentação. “É um livro circunstancial, muito bem contextualizado no centenário do Piolho”, considera. “Admiro o poeta que assume a sua vivência de uma forma simples e humilde, completamente entregue à caneta”, referiu, depois de ter declamado vários poemas do livro de António Pedro Ribeiro, que diz ser “um poeta filósofo inteiro”.