Muitos tentam apontar o que vai mal no nosso campeonato e com as nossas equipas. Até eu já cai na esparrela, mas penso que é bastante compreensível visto que há pouco de realmente bom e muito de realmente mau (que nem sempre é o mesmo… funciona como um bom sistema de rotatividade, que muda de época para época, equipa para equipa, e adepto para adepto).

Ora são os jogadores que não correm, ora são os técnicos que são incapazes, ora é o departamento médico que é incompetente, ora são os dirigentes que são corruptos e não fazem as contratações certas, ora é o plano de treinos que é muito puxado, ora é a pré-época que foi muito lenta.

A minha opinião é bem diferente. O grande mal das equipas portuguesas é existirem equipas inglesas.

Já não sou do tempo do Benfica campeão europeu. O primeiro título do Porto na Champions coincide com o ano em que em nasci. Logo, daí não posso dizer grande coisa; o que posso afirmar é que nos últimos tempos (entenda-se 10/12 anos) as equipas portuguesas têm sido vulgarizadas às mãos dos colossos ingleses.

Salvo um ano do Benfica (muito por culpa de inspirações individuais, quer de Simão, quer de Miccoli) e o ano do segundo título máximo na Europa do Porto (uma anomalia estatística, porque efectivamente ninguém conseguiu parar os Dragões de Mourinho), os encontros entre portugueses e ingleses têm sido desastrosos para o futebol luso, principalmente quando os jogos são em terras de Sua Majestade.

A vulgarização do Benfica e do Porto já nesta época às mãos de Liverpool e Arsenal foram mais que justas: foram previsíveis. Com a excepção das claques de ambos os clubes nacionais penso que todos os outros adeptos ansiavam perder apenas por 2-0 e considerar isso uma grande vitória. E nenhuma desculpa serve, nem arbitragens, que por vezes podem ser más, mas não justificam tal volume no resultado; nem, muito menos, o cansaço dos nossos clubes que fizeram 30 jogos contra os 40 dos clubes ingleses.

Portanto, quando perguntam em fóruns e debates desportivos como mudar a sorte das equipas portuguesas e torná-las melhores, a minha resposta é esta: acabem com as equipas inglesas.
E as espanholas também. Já agora as italianas e as alemãs. Podem deixar as francesas, que com essas ainda nos orientamos.