“Transformar o mundo inteiro numa biblioteca” é o grande objectivo do Bookcrossing. Este projecto pretende, segundo Isabel Sousa Uva, trabalhadora no “Papel & Cª”, uma das “crossing zones” existentes no Porto, que o livro “passe de mão em mão”, de forma a que “seja lido por toda a gente” e que, assim, os livros possam ser “reutilizados”.

Fnac apoia o Bookcrossing

No Dia Mundial do Livro, a Fnac associa-se à iniciativa do Bookcrossing e promove a “troca de livros usados entre a comunidade”. Quem passear pela Baixa do Porto pode escolher e levar um ou mais livros que terão de ser entregues previamente nas lojas Fnac. Esta iniciativa da Fnac tem o apoio da Câmara Municipal do Porto, através da PortoLazer.

Em Portugal, o índice de leitura nos portugueses é muito baixo quando comparado com outros países. Para Isabel Sousa Uva, o Bookcrossing é uma “boa solução” na implementação de mais hábitos de leitura nas pessoas, principalmente numa altura em que a crise condiciona a aposta na cultura. Com isto, as pessoas “podem ler os livros sem terem de os comprar”.

Desde 2001 que o Bookcrossing pretende “espalhar livros pelo mundo”. No caso do “Papel & Cª” foi o proprietário da loja aderiu à iniciativa, contando já com 120 livros registados. Isabel Sousa Uva explica que o processo de registo de Bookcrossing no site é “simples”. Depois de registados, as pessoas que acederem ao site sabem que livros existem em cada “crossing zone”, zonas oficiais de Bookcrossing.

O Bookcrossing “não conhece limites geográficos”, por isso, mesmo fora do país, é possível ir às “crossing zones”, levantar os livros, lê-los e, posteriormente, entregar o livro noutro país. Foi num café, em Berlim, que André Lourenço, adepto de Bookcrossing, teve conhecimento do projecto. Desde aí, já leu seis livros graças ao projecto. Para o estudante de Ciências da Comunicação, esta iniciativa é “bastante importante” pois, para além de “o acesso à cultura ser caro em Portugal”, através do Bookcrossing “os livros deixam de estar na estante a apanhar pó” e passam “a fazer a sua função que é contar histórias”.

Isabel Sousa Uva salienta que as pessoas aderem bastante ao Bookcrossing, destacando que os adeptos de Bookcrossing realizam, muitas vezes, “jantares e pontos de encontro”, onde “falam dos livros que leram”.