O primeiro-ministro belga, Yves Leterme, apresentou, na quinta-feira, a sua demissão ao Rei Alberto II, cinco meses depois do início da administração.

A decisão do governante surge depois dos deputados coligados do partido liberal flamengo Open VLD terem abandonado o executivo. O afastamento da facção de centro-direita veio na sequência de desentendimentos relacionados com os direitos linguísticos e políticos dos francófonos.

Sem o apoio deste partido, o governo via-se reduzido a quatro facções políticas coligadas, o que perfazia apenas 76 deputados, contra os 150 do congresso.

Os liberais flamengos decidiram, na manhã de quinta-feira, retirar-se do governo, alegando “uma ruptura de confiança” nas negociações sobre os direitos linguísticos e políticos específicos de que gozam os francófonos a viver na Flandres.

A demissão ainda não foi aceite pelo Rei Alberto II

Num comunicado emitido pelo Palácio Real de Bruxelas, depois da reunião do monarca com Leterme, a casa real informa que o rei deixou em “suspenso” a decisão relativa à renúncia do primeiro-ministro.

Desde ontem, quinta-feira, que Alberto II se tem reunido com os líderes políticos. De acordo com o “Jornal de Notícias”, que cita a imprensa belga, o monarca vai prosseguir as conversações durante o dia de hoje.

Tal como informa a agência Reuters, a nota de imprensa emitida pela casa real dava conta de que o rei e o governante chegaram à conclusão de que “dadas as actuais circunstâncias, uma crise política seria importuna e prejudicaria gravemente o bem-estar económico e social dos cidadãos”, assim como “o papel da Bélgica na Europa”.

Dentro de dois meses, a Bélgica assume a presidência da União Europeia, o que pode fazer com que Yves Leterme recuar na decisão e se mantenha na função, pelo menos, até concluir este compromisso europeu.

Leterme tornou-se primeiro-ministro pela segunda vez em Novembro do ano passado, depois de Herman Van Rompuy ter-se tornado presidente da União Europeia.