Os alunos da escola portuense Aurélia de Sousa receberam, na terça-feira, um autêntico workshop de robótica. A aula foi dada por Fausto Ferreira e Emanuele Micheli, da Scuola di Robotica, uma associação italiana sem fins lucrativos de robótica educativa e roboética. A sessão contou com a apresentação do documentário sobre roboética “Ciao Robot: the birth of roboethics”, realizado por Gianmarco Veruggio e Manuel Stefanolo e que já foi apresentado no FantasPorto.

Após a visualização do documentário, seguiu-se um seminário para um grupo de alunos da escola que se encontra a desenvolver um projecto de robótica em Lego.

A iniciativa tinha como metas estimular os jovens para o estudo da Ciência e Tecnologia e alertá-los para o bom e o mau uso da inteligência artificial na robótica.

Fausto Ferreira, investigador de robótica submarina responsável pela apresentação, afirma que “os jovens gostam de robótica e o grupo de robótica da escola [Aurélia de Sousa] só não é maior porque não há meios”. No que diz respeito ao desenvolvimento da Roboética, Fausto Ferreira explica que “a América e o Japão são os países mais desenvolvidos”, apesar de “terem práticas diferentes com os robôs”. “Na América, a robótica é muito ligada às acções militares”, explica, acrescentando que “quase 80% da investigação na América é financiada por militares”. Já no Japão, “os robôs são considerados quase como pessoas e, por isso, [os japoneses] tratam os robôs como companheiros”.

Por sua vez, Portugal ainda não explorou o conceito de roboética, pois ainda não aplica de forma muito desenvolvida as potencialidades militares e humanóides da robótica. Fausto Ferreira explica, ainda, que o futuro da Roboética passa pela legislação, para que se defina o que é ou não ético um robô fazer em guerra.

A “Scuola di Robotica” representa um importante papel na Roboética europeia, com a organização do “Primeiro Simpósio Internacional sobre Roboética”, que definiu, para a Comissão Europeia, como deveria ser a Robótica nos próximos quinze anos. O simpósio realizou-se em 30 e 31 de Janeiro de 2004, na Villa Nobel, em Sanremo, Itália, e nele participaram filósofos, juristas, sociólogos, antropólogo e moralistas, bem como cientistas de robótica, chamados para contribuir para o lançamento das bases da Roboética, ética essa que se aplica no design, no desenvolvimento e no uso de máquinas inteligentes.