O rei da Bélgica, Alberto II, tinha deixado em suspenso, durante quatro dias, a anuição da demissão do governo. Mas, na segunda-feira, o monarca acabou por aceitar a renúncia de Yves Leterme.

Ainda assim, a Casa Real de Bruxelas indicou, num pequeno comunicado de imprensa, que solicitou a Leterme que permanecesse, temporariamente, no cargo.

Horas antes, segundo informa a Casa Real, Didier Reynders, líder do Movimento Reformador, renunciava também à função de Ministro das Finanças para a qual tinha sido nomeado, durante o fim-de-semana, pelo rei belga. Reynders, que era a única esperança do monarca para recompor a coligação do governo, chegou à conclusão que não seria possível chegar a um acordo entre francófonos e flamengos.

Yves Leterme apresentou, na passada quinta-feira, a proposta de exoneração da administração, depois da retirada surpresa dos liberais do Open VLD.

Na base deste abandono do partido de centro-direita está a incapacidade de os dirigentes políticos das duas comunidades do país, a flamenga e a francófona, chegarem a pacto relativamente ao estatuto linguístico do distrito eleitoral de Bruxelas-Halle-Vilvoorde (BHV), uma das zonas envolventes da capital do país.

A Bélgica vê-se assim mergulhada numa crise política, a praticamente dois meses de receber a Presidência de turno da União Europeia, agendada para 1 de Julho.