No sexto número, a revista setepalcos visita o teatro cabo-verdiano. O novo número do projecto da Cena Lusófona – Associação Portuguesa para o Intercâmbio Teatral foi apresentado quarta-feira, no Porto, no Cinema Nun’Álvares, e representa “um passo importante”, diz Rui Madeira, vice-presidente da Cena Lusófona, no objectivo de intercâmbio cultural entre países lusófonos.

Para além da edição (que compreende a publicação, não só de revistas, mas também de livros de autores lusófonos), a Cena Lusófona segue um percurso ambicioso com actividades em áreas como o estágio internacional de actores e a formação técnica, encontros e permutas artísticas, designadas por “estações”, e a inventariação dos espaços cénicos dos países abrangidos pela associação.

Augusto Baptista, coordenador editorial da Cena Lusófona, fala da revista como uma “tentativa de fazer com que o teatro, a cultura e a vida em Cabo Verde alcancem níveis de progresso satisfatórios”. “Para o bem de todos e da lusofonia.”

Esta edição da setepalcos é mesmo, para João Branco, director do grupo de teatro do Centro Cultural Português do Mindelo e responsável pelo Mindelact, um documento precioso que reflecte o papel que tem sido feito pelos agentes teatrais de Cabo Verde. A importância do teatro de e para este país é provada pelo facto de “qualquer pessoa idosa de Cabo Verde poder dizer com orgulho que em algum momento da sua vida chegou a fazer teatro”. O país africano é, ressalva, o centro geográfico e nevrálgico do teatro lusófono.

A apresentação da setepalcos no Porto contou também com a presença do Cônsul Honorário de Cabo Verde no Porto, Carlos Machado, José António Bandeirinha, arquitecto e coordenador do inventário de espaços cénicos dos países africanos de língua portuguesa, e Flávio Hamilton, actor cabo-verdiano e membro fundador da Burbur.