Angela Merkel confessou estar contente com o “forte programa de austeridade” que o Governo português delineou. A chanceler alemã, numa entrevista ontem, segunda-feira, ao canal público ZDF, revelou acreditar no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), descartando assim a possibilidade do país vir a precisar de ajudas da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Estou muito satisfeita com o facto de Portugal estar a adoptar fortes medidas de contenção de despesa sem ser por imposição do Fundo Monetário Internacional ou de outra entidade externa”, afirmou.

“Antes também estávamos preocupados com a Irlanda, mas eles também actuaram com um programa de austeridade muito forte”, acrescentou Merkel.

A dirigente alemã afasta assim a possibilidade de Portugal seguir os passos da Grécia, demonstrando estar confiante no programa financeiro de estabilidade e crescimento, previsto pelo Governo.

Grécia vai receber uma ajuda conjunta de 110 mil milhões de Euros

A entrevista da governante aconteceu no dia em que a Alemanha anunciou, em conferência de imprensa, que vai contribuir com 22 mil milhões de euros na ajuda à Grécia. Tal como informa a edição online da Deutsche Welle, a chanceler explicou que “uma moeda europeia estável é um conforto extremamente valioso.”

No domingo, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, comunicou que Portugal deve colaborar com 2064 milhões de euros.

No total, a Grécia vai receber 110 mil milhões de euros até 2013. Os fundos são financiados pelos países integrantes da Zona Euro e pelo o FMI. O empréstimo será feito em duas parcelas, uma inicial de 80 mil milhões e uma outra de 30 mil milhões.