Passava da meia-noite quando os Franz Ferdinand subiram ao palco Queima das Fitas para gáudio de uns quantos fãs que empunhavam cartazes a exaltar Alex Kapranos. Foram mais de duas horas de concerto para um público totalmente arrebatado.

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“Jacqueline” fez as honras da casa mas foi o single “No You Girl”, do último álbum do grupo, “Tonight: Franz Ferdinand”, que amenizou o frio no recinto. Eis que palmas entram em sintonia e, nas telas gigantes pintalgadas a preto e branco, vê-se Alex a beber um copo de vinho de um só trago. Comprova-se que o hit outrora viciante, “Michael”, continua a fazer mexer: “Beautiful boys on a beautiful dancefloor. Michael, you’re dancing like a beautiful dance whore.” Segue-se a segunda do último álbum, “Turn It On”.

O palco não tem qualquer espécie de artefacto a não ser a gigante tela atrás da parafernália que varia do padrão quadrado às projecções do VJ e algumas excepções de imagens retro sequenciadas com as percussões ascendentes.

“Take Me Out” leva-nos ao primeiro álbum da banda e faz-nos esquecer que existem outros dois. Houve ainda espaço para uma versão mais alargada de “40” e para a simulação de uma percussão colectiva na bateria por toda a banda.

Encore. Alex Kapranos regressa sozinho e anuncia que o grupo vai fazer uma pausa por tempo indeterminado. Cansaço é o motivo indicado. Surpresa. “Darts Of Pleasure” e a despedida de cada um dos elementos da banda.

A versão de dez minutos de “Lucid Dreams” com que presentearam o público serve de mote para abandonarem o palco. Lá fica sozinho o baterista Paul Thomson. Não houve conferência de imprensa. Só os primeiros beats do trance orgânico dos Olive Tree Dance no palco Mundos.

Slimmy, o “da casa”

Pelas 23h15, estava o recinto do Queimódromo ainda por preencher a sua totalidade, quando o português Paulo Fernandes, artisticamente conhecido como Slimmy, trauteava “Staying Forever”. Duas ventoinhas reforçavam o cariz genuinamente ventoso da noite e os quatro elementos em palco trajavam silhuetas a roçar o cyber-punk.

Um conjunto de fãs espalhados pelos limites do gradeamento trauteavam os refrões, recheados de riffs facilmente memoráveis. “Show girl, show girl” foi repetido energicamente. Depressa o concerto se tornou num tributo ao recuperado glam post-rock e, continuando com as etiquetas, a algum electro-clash britânico, onde o cantor também se inspira. Slimmy é simpático e é da casa. Esteve na Escola Superior de Educação, usava cabelo comprido e também “bebia copos”.

Enquanto se ouvem os hits de “BeatSound Loverboy” (2007), surge “Be Someone Else” do novo álbum a ser lançado, brevemente.

Na conferência de imprensa, Slimmy aparece de óculos escuros com o baixista, Garim. Os dois novos elementos não os acompanham. Sempre sonhou pisar os palcos da Queima, tinha família e amigos no público e é com “paixão e garra” que se atingem as coisas.

Artigo corrigido às 14h26 de 4 de Maio de 2010