Os Souls of Fire actuaram pela primeira vez na Queima das Fitas do Porto. Após dez anos de existência, este ano os membros do grupo passaram de espectadores para artistas da Queima. Uma mudança que, para Brother Diogo e Ratusfari, dois membros da banda, correu “bastante bem”. Em conferência de imprensa, os artistas revelaram que “só faltava mesmo” a Queima do Porto na lista de concertos dos Souls of Fire.

Para Ratusfari, a principal diferença como espectador e artista, prende-se com a maior “responsabilidade” que a banda tem. “Estamos a tocar para pessoas da nossa idade, que estão na mesma situação que nós, estudantes licenciados ou pré-licenciados”, sublinha o músico.

O concerto foi marcado pelas sucessivas mensagens que a banda tentou transmitir aos estudantes. Críticas ao governo, à política, à justiça em Portugal e na Europa ouviram-se durante a actuação da banda. Em conferência de imprensa, Brother Diogo e Ratusfari dizem esperar ter deixado aos estudantes “uma mensagem de consciência”, para que possam “pensar por si”.

Depois de Souls of Fire, a grande atracção da noite deu entrada em palco, levando à loucura os milhares de estudantes presentes no Queimódromo. Ao ritmo do Hip-Hop, Marcelo D2 cantou alguns dos singles do mais recente “A arte do barulho”, de 2009, e antigos hits como ” Mantenha o Respeito” e “À Procura da Batida Perfeita”.

A noite de ontem, quarta-feira, foi a segunda experiência de Marcelo D2 em festas académicas, mas o rapper revelou no final do concerto que ficou feliz pela grandeza do público do Porto. “Toda a gente estava cantando a minha música, fiquei muito feliz”, revelou em conferência de imprensa. “Toda a gente participou no espectáculo e estavam a sentir a música que eu estava a cantar. Foi excepcional, maravilhoso”, sublinha o artista brasileiro.

D2 defendeu que os temas cantados no palco do Queimódromo são “uma luta a favor” para “que todos se levantem e façam alguma coisa por si”, disse. “Eu escrevo sobre tudo, sobre relacionamento, amor e tudo o que eu vejo na vida que me dê vontade de escrever mas, realmente, é sobre a política que eu mais gosto de escrever”, destaca.

Marcelo acabou a conferência a elogiar Sam the Kid, como sendo “o único rapper português” que o artista realmente entende e compreende. “Eu gosto muito da maneira como ele escreve e sinto o que ele está a dizer”, advogou.