Interessado em saber quem este David Luiz era, onde jogava e para qual dos três grandes de Portugal viria, fui imediatamente à página referenciada e qual não é o meu espanto quando vejo que o título é uma citação de Paulo Futre. Duas coisas a reter: a primeira é que nunca vi Futre a jogar e pelo que me dizem o azar é meu; a segunda é que já vi Futre a comentar e a analisar e o azar é dele.

Não pretendo com isto faltar ao respeito a uma lenda viva do futebol luso, de forma alguma, mas a verdade é que Futre estava mesmo a falar do central do Benfica.

Ora partindo daí, e deixando a análise da afirmação de Futre para de caminho, lembrei-me de um outro jogador que o próprio Pelé dizia que “vai ser o próximo Pelé”. Apoiava-o tanto e tinha tanta certeza do seu prognóstico que chegou a tirar fotos com esse menino-prodígio ao colo e publicitou-o pelo mundo fora para quem o queria ouvir. Não foram muitos é verdade, até porque a tradição futebolística norte-americana é tão boa como é a portuguesa, mas isso são contas de outro rosário. O menino, nascido no Gana e naturalizado nos EUA, chama-se Freddy Adu e neste momento é normal sentar-se no banco do FC Aris Thessaloniki, quinto classificado da Liga Grega a 24 pontos do Panathinaikos, que segue em primeiro lugar.

Não estou a comparar David Luiz e Adu, até porque penso que o primeiro é realmente um bom jogador; mas melhor central do mundo a par de Piqué, como profetiza Futre? Não me parece, de todo. O ponto em comum aqui não são os actuais “craques” da bola, mas sim os antigos que, em poucos minutos, põem em risco anos de credibilidade futebolística com uma entrevista ou uma frase mal conseguida (ou pensada), credibilidade essa que demorou anos, suor e por vezes (perdoem-me o melodrama) lágrimas a conquistar.

Tudo isto em troca de quê?

Fica mal jogadores, que se fizeram quando o futebol não era mediatizado como é hoje, a fazer jogadores que não o são.

Não me entendam mal – David Luiz é um bom central e pode vir a ser melhor se aprender a controlar os momentos do jogo e se os árbitros controlarem a impunidade com que ele vai cortando os lances.

Não me entendam mal, Futre e Pelé, especialmente o brasileiro, foram geniais com a bola nos pés, mas quando a bola sobe a boca… deixam muito a desejar.