A última Assembleia Municipal da Câmara do Porto, realizada segunda-feira, ficou marcada pela proposta do executivo de alienar, em hasta pública, um conjunto de prédios com vista à ampliação do Pestana Porto Hotel, situado na Praça da Ribeira.

Tanto os oito prédios que compõem a unidade hoteleira, bem como dois prédios contíguos, vão estar à venda em hasta pública por cerca de 4,9 milhões de euros. A proposta contempla ainda que o adquirente dos imóveis fique responsável pela reabilitação de mais três prédios adjacentes, os quais vão servir para realojar os moradores dos edifícios a serem alienados.

O deputado Paulo Oliveira do PSD, considera que esta é uma “proposta três em um”, pois vai “reabilitar uma zona da cidade, ter receita e promover a actividade económica”. Por sua vez, Teresa Lago, do PS, concorda com a reabilitação dos imóveis, mas discorda da venda em hasta pública, sugerindo a concessão a longo prazo. Artur Ribeiro, da CDU, critica a proposta “feita à medida do Porto Carlton” (sociedade detentora do Pestana Porto Hotel, que tem contrato de concessão até 2017) e questiona o executivo sobre a situação dos moradores.

Por seu lado, o vereador do urbanismo e mobilidade, Gonçalo Gonçalves, garante que os três edifícios a serem reabilitados “têm habitações suficientes para alojar as famílias”, garantindo que os moradores continuarão a morar na zona.

Moradores apreensivos e receosos da decisão da Assembleia

O JPN foi tentar saber a reacção a esta decisão junto dos moradores, os quais se mostraram apreensivos e com medo de ficar sem as suas casas. Uma moradora, que não se quis identificar, disse ao JPN que já lá tinha estado uma funcionária da Câmara Municipal do Porto (CMP), antes da decisão da Assembleia Municipal, a informar os residentes de que teriam de se mudar, pelo menos durante o tempo da duração das obras.

Toda a oposição votou contra a proposta do executivo camarário, tendo esta sido aprovada pelo voto de desempate do presidente da Assembleia.