Um estudo produzido pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) conclui que existe uma diversidade de fungos nos hospitais. A investigação realizada tinha como objectivo “avaliar a diversidade genética dos isolados ambientais encontradas em cada unidade”, como refere ao JPN, Ricardo Araújo, autor do estudo.

Este estudo vem no seguimento de um outro realizado em 2008, onde foi analisada a qualidade da água e do ar em 18 unidades clínicas dos Hospital S. João, no Porto. A investigação comprovou que a redução dos fungos pode ser solucionada com “sistemas de filtração do ar e medidas de protecção e acesso às enfermarias”, revela o investigador. Ricardo Araújo refere, ainda, que “um erro na prevenção pode ser suficiente para complicar muito a vida dos doentes”, pelo que é preciso que as medidas preventivas sejam respeitadas “obrigatoriamente por todos”, sejam eles médicos ou visitantes.

Para além de medidas preventivas, o investigador salienta, ainda, o facto de serem prementes “soluções adicionais por parte da comunidade científica, no sentido de limitar de vez o acesso destes agentes microbianos às unidades clínicas”.

Consequências causadas pela concentração de fungos nos hospitais

Estes fungos, presentes em qualquer ambiente, necessitam de ser evitados nas unidades hospitalares. Segundo o autor do estudo do IPATIMUP, devem existir em menor quantidade “em locais onde são admitidos doentes imunocomprometidos (hematológicos ou transplantados)”, ou seja, doentes que têm menos defesase, como tal, menos possibilidades de lutar contra os efeitos dos fungos. O investigador referiu que “concentrações muito baixas de fungos filamentosos podem ser suficientes para causar infecções” nesses doentes.

A maior dificuldade deste tipo de infecções é a percepção do problema. “O diagnóstico é muito difícil e muitas vezes é tardio”, explica o investigador, acrescentando que, “estas infecções, quando diagnosticadas, apresentam taxas de mortalidade muito elevadas”. Por outro lado, a diminuta existência de fármacos para combater as infecções também pode representar uma agravante.