O último dia da “International Graduate Conference on Media and Communication” (ICMC), sexta-feira, ficou marcado pela palestra de Paolo Mancini, professor da Faculdade da Ciência Política da Universidade de Perugia.

No âmbito do tema “Selling Politics and War”, Paolo Mancini falou do caso específico do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, salientando que “a aventura política de Berslusconi pode ser um modelo para os políticos do século XXI”. O professor justifica a polémica que rodeia o político, pois Berslusconi “é um homem importante”, que “ganhou as eleições italianas porque é um modelo para os media e está ligado à corrupção e à máfia”. “Ele é um homem exótico”, entende.

O professor defende, ainda, que a “aventura política” do italiano pode estar a marcar o início de uma nova ideologia política. “Ele é uma pessoa estranha, mas representa uma nova forma de fazer política”, refere. Tal acontece por Berlusconi, “domina o discurso televisivo” e “sabe como ser o centro das atenções em cada nova história”. “Ele sabe como usar a televisão em Itália. Ele sabe construir novas histórias”, salienta.

Berlusconi “não está só”

Mancini aborda o estilo de vida do magnata italiano e advoga que “todos gostavam de ter o êxito que ele tem” e “de ter o império que ele montou”. Num contexto jornalístico, Mancini advoga que Berlusconi não “inventou as pressões partidárias na imprensa”. “Ele faz pressão sobre os jornalistas, mas todos sabemos que os jornalistas sempre foram pressionados por outros políticos”, contextualiza.

No entanto, Berlusconi “não está só”. Num clara alusão a Nicolas Sarkozy, o professor defende que existem outros políticos que seguem a mesma ideologia política do italiano. “A mercantilização dos mercados, o estilo de vida política e a política na televisão podem ser modelos para a nossa democracia ocidental”, remata.

A ICMC é uma iniciativa de alunos da Licenciatura e do Mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, conjuntamente organizada pela Universidade do Porto (UP), pela YECREA e pela Media XXI – Investigação e Consultoria/Formal Press.