Decorreu na quarta-feira no Salão Nobre das instalações da Reitoria da Universidade do Porto (UP) a audição pública dos candidatos a reitor. Prabir K. Bagchi e o actual reitor e candidato Marques dos Santos apresentaram ao público e ao Conselho Geral da universidade, os seus programas eleitorais.

O candidato de origem indiana, Prabir K. Bagchi, foi o primeiro a apresentar o seu programa, intitulado “Envisioning the University of the Future”. O professor da Universidade George Washington, nos EUA, mostrou um projecto que, na sua visão, pretende transformar a UP numa das “mais proeminentes universidades da Europa”.

Acreditando nas grandes potencialidades que a UP dispõe, Prabir promete “trabalho duro para operar mudanças” no seio da universidade. Entre outras medidas, o candidato indiano defende uma maior independência financeira para cada faculdade, dando a capacidade e responsabilidade a cada uma de “criar e gerir os seus próprios fundos”. Prabir defende, ainda que a universidade devia operar uma maior interacção com o tecido empresarial e industrial da cidade. Prabir K. Bagchi reforça a posição de que os “rankings internacionais não devem ser importantes”. “Primeiro, há que preparar e accionar uma estratégia de desenvolvimento a longo-prazo para toda a UP, pois as grandes universidades não se formaram da noite para o dia”, entende. No final, Prabir deixou a mensagem de que “como candidato estrangeiro”, pode “ter uma visão imparcial da situação da universidade”.

Marques dos Santos aposta “numa política de continuidade”

Marques dos Santos apresentou em segundo lugar a sua proposta de candidatura a um segundo mandato à frente da instituição portuense. “Aposta numa política de continuidade” é a linha orientadora do projecto do actual reitor, que defende o objectivo de “tornar a UP numa das cem melhores universidades do mundo até 2020”. Para isso, Marques dos Santos pretende fazer da Universidade do Porto “uma instituição de referência na investigação, na pesquisa e atractiva para todos”, reforçando-se “nas motivações internas” que vê na instituição para alcançar tal objectivo.

O Processo de Bolonha também mereceu a atenção do candidato pois, segundo ele, “é preciso rever e analisar a adequação ao Processo de Bolonha”, com vista a clarificar e salvaguardar o papel de todos os alunos. A respeito dos mesmos, Marques dos Santos afirma, ainda, que “é preciso reforçar o apoio social aos estudantes, simplificando o processo de adesão às bolsas”. Contudo, deixa o aviso de que isso “só será possível se assegurarmos a sustentabilidade financeira da universidade”. Ainda no campo das Finanças, o candidato adianta que a instituição “não pode estar somente dependente do orçamento de Estado para o Ensino Superior” e que a UP terá de continuar a tentar encontrar mais subsídios a nível europeu e, também, fora do continente.

No final da sua apresentação, Marques dos Santos referiu que, se for eleito, não mudará a actual equipa de gestão da instituição e que a UP poderá debruçar-se mais no sentido de aumentar a sua “responsabilidade social” para com a cidade. Para isso, há que desenvolver novas acções de voluntariado junto das várias instituições do Porto e continuar a apostar nas que já existem.

Recorde-se que, inicialmente, foram oito as candidaturas a reitor entregues para eleição, mas somente duas acabaram por preencher os requisitos necessários para serem consideradas no processo de votação. A decisão será conhecida no dia 29 de Maio.