A revolução tecnológica nos média não pode fazer prevalecer um meio de comunicação específico em detrimento de outros. Deve, antes, provocar uma convergência entre televisão e Internet. Quem o diz é Raymond Boyle, conferencista que esteve presente, esta terça-feira, na última sessão do ciclo “Actualidade dos Média Desportivos”, uma parceria da Universidade do Porto e do jornal desportivo “O Jogo”, realizada no curso de Ciências da Comunicação.

Para o especialista em média e desporto, o fácil acesso à informação através da Internet tem feito com que as gerações recentes se habituem a procurar conteúdos não pagos, rejeitando “pagar por algo que conseguem gratuitamente”.

O investigador da Universidade de Glasgow fala, no entanto, de uma “migração do desporto” da televisão para a Internet. Um fenómeno que acontece porque, diz, hoje o gatekeeper é o próprio espectador. Desta forma, “o controlo editorial vai para casa”.

Tome-se como exemplo da potencialidade editorial da Internet num contexto de convergência de tecnologias o projecto Google TV, que congrega as funcionalidades da TV, aliando-as à capacidade interactiva da Internet. A Google TV, que vai estar disponível no final deste ano, é um caso pioneiro de “TV meets web”.

Ainda assim, de acordo com o escocês, os grandes média vão continuar a ter um papel proeminente. É o caso da BBC que tem preparada para 2012 uma cobertura intensiva dos Jogos Olímpicos de Londres, ano em que a Grã-Bretanha passa a ser servida exclusivamente por sinal digital.