A Feira do Livro do Porto já abriu portas. Na Avenida dos Aliados, 126 pavilhões (mais seis que no ano passado) dedicados aos livros aliciam os compradores com muita diversidade e descontos, aliados a uma vasta programação cultural que promete animar a Baixa da cidade.

Presente na cerimónia de inauguração da Feira, ontem, terça-feira, o presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Rio, fez questão de salientar que, “depois da necessidade de ultrapassar alguns obstáculos”, o impasse que se gerou em torno da localização do certame foi colocado de parte. A localização é importante, diz Rui Rio, à semelhança do que acontecera em 2009, para ajudar no “esforço de reabilitação e animação da Baixa da cidade”.

Horário da Feira do Livro do Porto

A Feira do Livro do Porto funcionará na placa central da Avenida dos Aliados entre os dias 1 e 20 de Junho, com horário de funcionamento adaptado ao horário de trabalho da maioria das pessoas. De segunda a sexta-feira, a abertura dos stands será feita a partir das 12h30 e o encerramento acontecerá por volta das 23h30. Aos fins-de-semana e feriados, o encerramento ocorre à mesma hora, mas o início das actividades acontecerá uma hora antes, às 11h00.

Apesar da Feira do Livro se “realizar num contexto de crise, que não é fácil”, Rui Rio mostra-se confiante quanto ao êxito do evento, tendo em conta os “dados das vendas da Feira de Lisboa”, que foram “animadores” e “uma surpresa positiva”.

O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Paulo Teixeira Pinto, também presente na inauguração ao final da tarde, salientou o facto desta ser “a maior Feira do Livro do Porto de sempre em número de stands”, contando, também, com um maior número de participantes (200). Isso não chega, no entanto, para a APEL, que “se compromete” a fazer desta Feira não só a maior de sempre, mas também “a melhor de sempre” e a igualar tal feito na edição do próximo ano.

Com uma programação [PDF] onde estão previstas diversas actividades de incentivo à leitura, como workshops ou debates, a 80.ª edição da Feira do Livro do Porto aposta na chamada “Hora H” ou “Happy Hour”, que acontece todos os dias das 22h30 às 23h00 e onde os clientes terão a oportunidade de adquirir livros com mais de 18 meses com maiores descontos.

Confiança é a palavra de ordem

Apesar das poucas pessoas que passeavam pela Feira do Livro nas primeiras horas da edição de 2010, as editoras estão confiantes e esperam resultados positivos.

Ainda é cedo para falar em números, mas os stands já começaram a fazer as suas primeiras vendas, apesar da fraca adesão inicial. “Ainda há pouca gente da Feira”, explica Augusto Gonçalves, responsável pelo stand da Mel Editores. Presente pela primeira vez em nome próprio na edição portuense do certame, a editora espera “vender muito” e divulgar as suas obras.

A divulgação é, também, o principal objectivo da Universidade do Porto, representada nos Aliados. Paulo é o responsável pelo stand da instituição no evento e vê a participação da editora da universidade na Feira como uma oportunidade para “dinamizar o catálogo” e ” dar a conhecer as publicações que não estão disponíveis no mercado durante o ano”. “Os trabalhos científicos” são o grande destaque da UP, pois “não é um produto que venda todos os dias” e, por isso, esta “é uma das melhores alturas para as pessoas conseguirem adquirir essas obras”.

Paulo Magalhães, da Coimbra Editora, uma editora especializada em Direito, está na Feira para “dar a conhecer os livros jurídicos” da empresa. Há oito anos a participar no certame, o responsável pelo stand da editora entende que a “mudança para a Av. dos Aliados foi bastante benéfica”. “Ao contrário de outras pessoas que acham que a mudança de local seria melhor, eu continuo a achar que a Av. dos Aliados é o cartão de visita da cidade e é o melhor local para se fazer a Feira”.

Opinião similar tem Carlos Alberto, responsável da Porto Editora na edição, que concorda com a permanência no local, “óptimo” por ser “um sítio com muito movimento”. O responsável pela editora portuense espera que a Feira “seja uma festa” e não se mostra preocupado com a possibilidade da crise afectar as vendas. “Nós temos vindo a crescer em termos de vendas e esperamos que, apesar da conjuntura, seja um bom ano de Feira”, esclarece. Como “trunfos” para captar clientes, a editora aposta nas sessões de autógrafos, workshops com os autores, ateliês de pintura para crianças e “algumas surpresas”.