Na actual crise que o país atravessa, o fim das SCUT leva muitas pessoas a aderir aos vários movimentos criados contra a cobrança de portagens nestas auto-estradas. Para muitos utilizadores torna-se impossível sustentar o valor cobrado ao fim do mês, o que leva a mudanças no dia-a-dia de cada um.

Rita Guerreiro, estudante na cidade do Porto, costuma usar a A28 para fazer a ligação entre Viana do Castelo, onde vive, e o Porto, onde estuda, sempre à sexta-feira e ao domingo. No entanto, após a implementação das SCUT, a estudante afirma que vai começar a “andar mais de transportes públicos”, voltando, assim, ao “autocarro e comboio”.

Em termos de alternativas, Rita considera-as “boas”, contudo “caras”. Se apanhar o comboio com destino ao Porto, Rita tem, assim, duas opções. O comboio que faz ligação Porto-Vigo, que pára em Viana, ou, ainda, a alternativa de apanhar o suburbano até Nine e, de seguida, apanhar o urbano até ao Porto. Esta última tem um preço de 4,55 euros. Contudo, a estudante salienta o facto de demorar “demasiado tempo” e mesmo, assim, “ser caro”.

Se o autocarro for o transporte alternativo escolhido, Rita poderá deslocar-se pela Rede Expressos, Linhares & Herdeiros,LDA, AVIC e, também, Auto Viação Minho. Este é, para Rita o meio “mais rápido” (demora cerca de 1h15) mas “mais caro” – o preço chega aos sete euros.

Ao JPN, Luís Costa, gerente da Auto Viação Minho, garante que, “se houver mais procura”, a empresa vai “adaptar e reajustar os horários do autocarros de Viana ao Porto”. No entanto, apesar do possível aumento de passageiros, Luís Costa afirma que tudo é, para já, “imprevisível” pois a Auto Viação Minho não sabem se as pessoas “vão continuar a utilizar a A28”.

O gerente considera então que é “muito subjectivo” avaliar os benefícios que o fim das SCUT pode trazer para as empresas de transporte porque estas vão passar a ter, também, “custos acrescidos com as portagens”. Contudo, o bilhete de autocarro só vai aumentar se houver “aumento global do tarifário”.

Percurso pela EN-13 é “impossível”

Catarina Gomes de Sousa também se opõe ao fim das SCUT. A estudante de Ciências da Comunicação mora em Paços de Ferreira mas desloca-se, todos os dias, para a cidade do Porto, onde estuda, utilizando a A41/A42. Encontra-se “absolutamente contra” a cobrança de portagens nestas vias, pois acredita que o pagamento “não se justifica”. No entanto, gostava de “continuar a usar a auto-estrada”, pois “é muito mais rápido” mas com o inconveniente de ser “realmente caro”.

Para Catarina, as alternativas não são, “de todo, suficientes” e “pouco viáveis”. A estrada nacional alternativa, por exemplo, tem “metade do seu percurso numa serra”. Com o esperado aumento de tráfego na EN-13 e com o problema das “ultrapassagens”, Catarina afirma que é “impossível chegar a horas ao Porto”.

Como transportes alternativos, Catarina tem, apenas, os “autocarros com carreiras para o Porto”. Contudo, a estudante considera-os “lentos”, pois “fazem o caminho pela nacional” e, salienta, ainda, que os “horários nem sempre são compatíveis” com os dela.