Esculturas, trajes, instrumentos musicais. A cultura africana está presente diariamente numa loja no cimo da Rua do Almada. Seydou Keita escolheu o Porto por ser uma atracção turística e um bom local de comércio.
O imigrante africano chegou a Portugal há vinte anos, mas está há apenas oito no Porto. Os clientes fiéis asseguram a subsistência da loja, onde todos os produtos são feitos exclusivamente em África. De Moçambique, Angola, Quénia, Camarões, Mali e outros países africanos chegam colares, tapetes e todo o tipo de produtos típicos.
Dossier Minorias Étnicas:
Igualdade na minoria, desigualdade na etnia
Uma viagem de “casa às costas”
Uma aventura no Ocidente
Uma oportunidade para mudar de vida do outro lado do continente
Adaptação a Portugal
Seydou vem do Mali, uma antiga colónia francesa, e, por isso, teve pouca dificuldade em assimilar a língua lusitana. “Tenho aprendido a cultura com amigos portugueses”, conta. O africano quer conhecer as tradições da cidade e tem vontade de “aprender a gastronomia, a língua e frequentar espectáculos de teatro”.
“A cultura africana está um bocado dispersa no Porto”, considera. O maliano gostava de integrar um grupo com todos os imigrantes africanos, mas este ainda não existe. “Há várias associações de diferentes países, mas para já não temos uma geral africana”, explica.
O imigrante está em Portugal com a esposa e, por enquanto, o regresso “não é muito fácil”, até porque “já há uma vida estabelecida”.