Mais de mil pessoas subscreveram a carta de protesto dos grupos Fartos d’Estes Recibos Verdes (FERVE) e Precários Inflexíveis, que, durante o Serralves em Festa, quiseram dar a conhecer a situação dos alegados despedimentos ilegais ocorridos em Abril.

O documento resultante desta iniciativa, que pretendia “quebrar o silêncio”, foi entregue ao Conselho de Administração da Fundação de Serralves. Ao JPN, Ricardo Vincente, do grupo Precários Inflexíveis, explicou que o público foi receptivo à causa. “Fica o descontentamento geral das pessoas, que ficaram incrédulas com o compactuar da Autoridade para as Condições de Trabalho [ACT] e com a fuga à responsabilidade de uma fundação cultural desta dimensão e importância.” que determina o reconhecimento do vínculo entre Serralves e estes trabalhadores, be

Agora que já são conhecidos os resultados do relatório da ACT, que reconheceu a existência de vínculos entre a Fundação e os ex-trabalhadores, estes grupos querem evitar que a situação caia no esquecimento. Vincente relembra que “a ACT silenciou [as conclusões do relatório] quando já eram conhecidos os resultados. Na altura ainda era possível impedir o despedimento destas pessoas”.

Ao jornal “Público”, a directora-geral da fundação, Odete Patrício, declarou que a instituição está de “consciência tranquila” quanto a esta situação, salientando que alguns dos referidos funcionários voltaram ao trabalho. A responsável nega que se tenha procedido a qualquer “despedimento ilegal”.

Solidariedade com a Faixa de Gaza

Do outro lado da rua, várias associações locais ergueram a bandeira da Palestina numa acção de solidariedade com a Faixa de Gaza. Para Ricardo Gomes, porta-voz da acção, era essencial estar presente num evento da natureza do Serralves em Festa. “Para transmitir uma mensagem como esta, temos de estar onde as pessoas estão.”

Esta acção foi a resposta portuense ao anúncio internacional que apelava a “uma acção em resposta ao ataque à Flotilha da Liberdade” em Gaza.

Ricardo Gomes afasta conotações políticas ao evento, reafirmando que o que defendem é a causa humanitária. “O mais chocante é que estamos a falar de um milhão e meio de pessoas que estão cercadas, quatro barcos que lhes foram dar coisas básicas para a sobrevivência de qualquer ser humano e não os deixaram entrar. Aliás, houve pessoas que foram executadas sumariamente por soldados de Israel”.

Fruto da coordenação entre associações como a SOS Racismo, Casa Viva, PAGAN e UMAR, Ricado Gomes acrescenta que a “acção foi mais uma alavanca para futuras actividades, sobretudo informativas”. O próximo evento será um debate ainda sem data marcada.