Leonardo Di Caprio regressa ao grande ecrã pelas mãos de Christopher Nolan no filme "A Origem". O JPN e o Late Cinema dão-lhe a crítica.

Christopher Nolan. Leonardo Di Caprio. Dois nomes, um denominador comum: extraordinários. “A Origem” (“Inception” no original) é um daqueles filmes que têm o brilhante poder de fazer diluir a percepção do tempo enquanto em simultâneo nos embrenhamos apaixonadamente no enredo narrativo. E que enredo este!

Nolan, o “mestre” da psique, leva-nos à descoberta da mente, dos sonhos e da sua fascinante complexidade. A premissa de “A Origem” é simples: descobrir segredos entrando no subconsciente das pessoas durante o seu sono. A partir daí, nada é impossível. Da base inicial de roubar ideias à vítima “invadida”, surge outra, mais arriscada.

Um poderoso empresário (Ken Watanabe) propõe à equipa liderada por Cobb (Di Caprio) implantar uma ideia na mente de alguém, neste caso fazer com que o filho de um magnata às portas da morte, Robert Fischer (Cillian Murphy) “tenha a ideia” de dissolver o império do pai, evitando assim a hegemonia energética por parte de uma única empresa.

Nasce aqui a caminhada pelo mais profundo elemento do ser humano. O mais puro. Na mente, no subconsciente, nada pode ser ocultado e cada um terá de aprender a controlar as suas memórias, recordações e percepções. A missão é altamente delicada, mas haverá obstáculos dificeis de ultrapassar. Sobretudo quando as realidades se confundem, quando a mente teima em dissolver as fronteiras entre o sonho e a vida real.

Depois, é a arte de Nolan a funcionar, na elaboração dos labirintos mentais, na criação de um mundo fictício tão palpável quanto a realidade física. Há a genialidade de Di Caprio na hora de nos tocar na mais profunda das emoções humanas. O actor de 35 anos, cada vez mais exímio nas escolhas dos trabalhos, volta a sublinhar todo o seu imenso talento.

E sem querer desvendar ponta do véu, resta-me acrescentar as notas positivas do restante elenco. Ellen Page, tão madura e pronta para nos deliciar no presente e no futuro, Marion Cotillard, no papel da mulher “fantasma” de Di Caprio deixa-nos entre a compaixão e a repulsa e o resto segue a linha de um filme brilhante. A não perder