O PCP divulgou, em Abril, um estudo das Estradas de Portugal que mostra que não existem vias alternativas às SCUT do Grande Porto, Costa de Prata e Norte Litoral. O memorando [em PDF] das Estradas de Portugal data de Outubro de 2006 e refere que “as vias que se querem como alternativas às que actualmente servem em regime de SCUT não possuem características mínimas.”

Ao JPN, o deputado comunista Jorge Machado disse que as estradas nacionais não reúnem condições, quer relativas ao tempo de viagem (em alguns casos três vezes superior ao actual), quer de tráfego e/ou segurança. Lembrou ainda que as SCUT foram criadas, precisamente, como “alternativa às estradas nacionais”.

O documento alerta ainda para o facto de que a “limitada largura da faixa impossibilita a ultrapassagem, provocando intermináveis filas de veículos que circulam com as paragens impostas pelos autocarros”. O memorando acrescenta o facto de estas vias atravessarem aglomerados populacionais, o que implica velocidades máximas que não ultrapassam os 50 quilómetros/hora.

Em Junho, foi divulgado um outro estudo pela comissão de utentes do movimento de contestação às portagens nas SCUT, que aponta para as mesmas conclusões.

Um dos requisitos para viabilizar as SCUT é o tempo do percurso das vias alternativas ser 1,3 vezes superior ao da viagem nas auto-estradas. A comissão de utentes calculou que, desde a Câmara do Porto à de Felgueiras, uma viagem na auto-estrada dura 2h43 minutos, ou seja, mais de três vezes e meia o tempo da SCUT. Este é mais um dado que, para a comissão de utentes, reforça a necessidade de manter as SCUT gratuitas.

*Aline Flor, Ana Medeiros, Cristiana Carmo, Eliana Macedo, Irina Ribeiro, Joana Nunes, Joana Quaresma, Júlia Rocha, Liliana Pinho, Mariana Ascenção, Mariana Catarino, Mariana Marques, Nádia Leal Cruz, Paulo Pereira, Pedro Bartolo, Pedro Pinto, Renata Jardim e Ricardo Vieira Caldas